A segunda-feira

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A segunda feira amanhece e Pérola novamente desce às 6 horas da manha como era de costume. Ela toma um café, preparado por uma daquelas senhoras, que sempre a tratava de forma muito cordial. Minutos depois, Maria também desce e come algo rapidamente na copa daquela casa, esperando que a sua dona descesse. Assim que Scarlett desceu, as 7 horas, como de costume, Pérola subiu para arrumar a sua cama, enquanto Maria ficou fazendo companhia a aquela senhora, caso ela precisasse de alguma coisa.

Ainda durante o café, Antônio aparece e cumprimenta aquela senhora:

- Bom dia senhora Scarlett!

- Bom dia Antônio, tem boas notícias para mim? Tem tempo que não conversamos sobre a fazenda. Esses dias eu estava com a cabeça longe. Agora que tudo se estabilizou, depois do meu retorno.

- É sim senhora, precisamos conversar sobre muitas coisas que aconteceram enquanto a senhora estava fora. Naquela primeira conversa eu não consegui te contar tudo.

- Claro. Eu termino aqui rapidinho e já vou para o escritório para que possamos conversar.

- Sim senhora. Eu vou te aguardar lá. Responde Antônio ao se dirigir para o escritório que ficava no primeiro andar daquela casa.

Ele se senta em uma grande mesa daquele espaço e fica a aguardar aquela senhora. Quando poucos minutos depois ela entra, se senta na mesa e diz:

- Eu estou meio por fora de tudo. Assim que voltei do Rio de Janeiro estava muito cansada e não queria saber de administrar nada. Agora que estou de volta mesmo a administração, pode me dizer o que aconteceu nesses anos que estive fora? Questiona Scarlett.

- Bem senhora. Eu tenho muitas novidades. Não sei se a senhora vai gostar de algumas delas.

- Pois diga. Eu confio em você e sei que fez o melhor que pode. O aumento da minha riqueza e das minhas reservas em ouro não são atoa. São graças a sua brilhante administração.

- Fico grato pelo reconhecimento senhora. Eu estou querendo diversificar a sua produção e estou começando a preparar uma parte importante de suas terras para isso.

- O que pretende produzir de novo agora nas minhas terras?

- Cacau senhora. As plantações de cacau mais ao sul da Bahia estão trazendo um retorno muito interessante, eu acho que seria importante começarmos a plantar aqui nas suas terras.

- Interessante. Você havia me dito isso naquele mês que cheguei do Rio de Janeiro. O que eu te respondi naquela época, minha cabeça estava nas nuvens, nem me lembro?

- Que eu poderia começar a preparar tudo, que a senhora autorizava.

- Então está tudo bem. Artur foi para o sul da Bahia com o intuito de aprender sobre essas plantações não é isso? Questiona Scarlett.

- Sim senhora. Como ele era um dos poucos que sabia ler e escrever, um garoto muito esperto, eu o enviei pra lá, antes da sua chegada do Rio de Janeiro para estudar essas plantações. Ele tem me enviado cartas e dizendo que tem aprendido muito. Que a região é muito boa para esse plantio e que a atividade é muito lucrativa.

- Que bom! Pelo menos Artur está me servindo para alguma coisa. E quando ele volta, estou com saudade daquele menino?

- Ele não é mais bem um menino senhora. Hoje já é quase um homem. Ele saiu daqui com 17 anos e agora já está quase a completar 18. Acho que a senhora não vai nem reconhecê-lo quando ele chegar.

- Nossa, o tempo passa rápido não é Antônio.

- É sim senhora. Eu me lembro quando Artur nasceu.

Miss Scarlett e a escrava brancaWhere stories live. Discover now