A desilusão e a redenção

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Duas semanas após a morte daquele escravo, Pérola estava ainda muito triste com tudo o que aconteceu. Ela estava um pouco desiludida com os rumos que estava a sua vida naquela casa e, pela primeira vez, ela desejava que Artur tomasse mesmo alguma atitude no sentido de propor uma fuga para ela, pois, caso ele fizesse isso, nesse momento, Pérola tinha em mente que aceitaria. Ela então lembra se quando Artur a questionou em meio a uma discussão:

Pérola. O que aconteceu, por favor me conte? — Gertrudes me contou algumas das maldades que Scarlett já fez com os escravos dessa fazenda Artur. Até então eu achei que ela apenas batia nos escravos. Ontem descobri que elas os mata de forma cruel! Eu não quero que a minha vida termine assim. Respondeu Pérola em tom direto. — E quer que ela termine como Pérola? Sendo escrava dessa senhora? Sendo castigada aos poucos e perdendo os seus anos de vida? Imaginando que poderia viver um amor de verdade, mas que por medo e covardia preferiu não o viver? O que será de sua história daqui pra frente? Questionou Artur demonstrando nervosismo em seu semblante.

Então após se lembrar daquela cena ocorrida há mais ou menos seis, quando ela tinha se encontrado com Artur no começo do seu amor por aquele jovem, e ela então pensa: Ele tinha razão! Se continuarmos a viver aqui com essa mulher a nos controlar não conseguiremos ter liberdade nenhuma. Ela nos controla o tempo todo, define o que devemos fazer, agir e pensar. Nos castiga extremamente quando não fazemos o que ela quer. Temos que arrumar uma forma de sair dessa vida. Agora eu entendo o que Artur estava a sentir quando me disse tudo aquilo! Temos que mudar os rumos da nossa vida!

Chega o mês de setembro e Artur estava a completar 26 anos, mas não tinha muito o que comemorar. Naquele dia ele estava triste, não tinha liberdade para nada e não podia amar aquela que tanto desejava. Scalett preparou um pequeno banquete para eles em seu quarto, mas percebeu que Artur estava muito desanimado naquela noite. Depois de comemorar um pouco tentando o animar, ela o obrigou a fazer sexo com ela por algumas vezes, o que deixou Artur ainda mais desiludido.

Ainda no decorrer daquele mês, Artur, sempre que tinha oportunidade, começava a tentar encontrar com Pérola para, de alguma forma, demonstrar que a amava. Pérola também estava desiludida e queria novamente encontrar com Artur de alguma forma. O seu coração estava partido pela saudade do seu amor. Há muitos anos, eles não tinham a oportunidade de ter um diálogo duradouro.

Em uma tarde, ela estava a contemplar o horizonte da janela daquela casa, quando Scarlett novamente se aproximou para ver o que ela estava a observar. Em um primeiro momento, Pérola se assustou, quando a sua dona a questionou de forma abrupta:

- O que está a olhar aí escrava?

- Não é nada senhora, estava apenas a olhar o horizonte bonito do sol se ponto.

Então Scarlett se aproximou daquela janela e começou a procurar Artur, quando não o encontrou, demonstrando uma possessividade enorme, questionou:

- Onde está Artur escrava? Não tente o esconder de mim, pois sei que estava a olhar para ele? Esse olhar de contemplação seu não é para um horizonte apenas. Afirma Scarlett demonstrando que a sua obsessão por Artur estava ainda mais doentia.

- Claro que era senhora, eu não estava a olhar para Artur! A senhora pode olhar. Ele não está aqui!

- Se te ver olhando para o meu homem de novo, escrava! Eu acabo com vosmicê.

Pérola engole seco após aquela fala e prefere não dizer nada. Scarlett furiosa sai daquele espaço. A escrava branca caminha rapidamente para o seu quarto e chega lá chorando, quando a princesa tenta a acalmar, questionando o que havia acontecido:

Miss Scarlett e a escrava brancaWhere stories live. Discover now