O plano de Scarlett

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No dia seguinte, Scarlett afirma na presença de Artur, enquanto tomavam o café da manhã, que precisava ir ao vilarejo para resolver algumas coisas. Aquele escravo, já imaginando as possíveis intenções daquela senhora, em um primeiro momento, não diz nada.

Assim que tomou o café, ela chamou os seus matadores de aluguel para acompanhá-la. Então, quando ela subiu na carruagem e partiu em direção ao vilarejo, Artur veio a cavalo ao lado da carruagem dela e disse que também precisava resolver algumas coisas no comércio e a acompanharia. Aquela ação deixou Scarlett muito confusa, pois ela esperava que aproveitando a sua saída, ele fosse até o quarto de Pérola. Aquela senhora começa a desconfiar que não existia nada entre os seus dois escravos brancos e que ela pudesse mesmo ter castigado Maria atoa no dia anterior. Mas, isso não a comovia nenhum pouco.

Ao chegar no vilarejo, Scarlett pede para que Artur converse com aquele homem misterioso, tentando descobrir quem ele era. Artur então vai imediatamente conversar com aquele jovem que estava em frente a uma hospedaria:

- Bom dia senhor! Tudo bem?

- Bom dia. Quem é o senhor?

- Eu sou Artur, um escravo da senhora Scarlett.

- Um escravo branco? Isso é tão raro! Afirma aquele jovem assustado.

- Sim. Eu sou filho de Francisco, o ex-esposo dela, com Justina, uma escrava de pele um pouco mais clara que habitou na fazenda. Assim, a minha pele saiu completamente branca, mas, nem isso me livrou de ser escravo.

- Eu já havia escutado sobre a sua história.

- É sério, não sabia que era tão conhecido e comentado assim nessas terras.

- Sim. Eu fiquei sabendo que a sua mãe foi uma verdadeira guerreira. Enfrentou a sua dona e morreu no tronco lutando pela liberdade, isso é verdade?

- É sim senhor. Ela era uma mulher formidável. Me amava como nunca vi igual. Ela fez isso também por mim. O meu pai também era um homem incrível. Foi uma pena muito grande ele ter morrido tão jovem. Poucos meses depois, Scarlett matou a minha mãe no tronco. Eu perdi os meus pais em muito pouco tempo e a minha vida mudou completamente. Me tornei efetivamente um escravo e estou aqui.

- Deve ser muito triste ver a sua mãe ser morta no tronco. Eu sinto muito pelo que sofreu.

Artur engole seco ao pensar novamente naquela cena, quando ele diz:

- Acho que jamais vou esquecer essa imagem! Eu nunca fiquei tão desesperado em minha vida. Ver a minha mãe perder a sua vida daquela forma é uma dor pra mim que jamais será curada.

- Eu posso imaginar Artur. Bem, eu sou Juliano. Eu vim do sul do país e estou pensando em comprar umas terras aqui na região para construir a vida. Foi um prazer conversar com você, mas agora eu preciso resolver algumas questões.

- Foi um prazer conversar com você também senhor. Espero que possamos nos encontrar mais vezes.

- Certamente que sim. Temos que conversar no futuro sobre alguns assuntos de interesses comuns. Diz Juliano sem sentir no que estava a dizer, levantando desconfianças em Artur.

- Como assim senhor? Questiona Artur de forma desconfiada.

- Acho que eu confundi você com outra pessoa Artur. Tenta desconversar aquele homem, quando complementa a sua fala: - Na verdade eu queria dizer para descobrirmos assuntos de interesses comuns.

- Agora eu entendi. Claro senhor! Vamos conversar mais para descobri-los. Até logo.

- Até logo Artur. Diz aquele senhor a caminhar pelas ruas daquele vilarejo.

Miss Scarlett e a escrava brancaWhere stories live. Discover now