O domingo

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No domingo pela manhã, Scarlett acorda, toma o seu café e chama dois dos seus capatazes para a levar ao vilarejo, pois gostaria de ir a missa. Novamente quando ela chega naquele local é muito bem recebida por todos daquela sociedade e, acompanhada de Josefa, entra na igreja.

As duas amigas acompanham toda a celebração e assim que ela termina, Scarlett vai ter uma nova conversa com o padre, o qual ela prometeu mais recursos para a melhoria das instalações da igreja, deixando aquele padre extremamente feliz e agradecido.

Após saírem da igreja, novamente Scarlett vai a casa de Josefa, naquele dia aquela senhora havia a convidado para almoçar em sua casa e elas passarem aquele dia juntas para poderem colocar a conversa em dia.

Elas então se sentam a sós naquela sala e começam a conversar um pouco sobre os acontecimentos naquelas casas, enquanto Scarlett estava viajando. Como de costume aquelas pessoas da sociedade adoravam falar mal das outras famílias e elas tinham muitos assuntos nesse sentido para colocar em dia.

Após uma conversa longa elas foram almoçar, quando o esposo de Josefa, questionou a Scarlett como estava o Rio de Janeiro:

- O Rio de Janeiro está cada vez mais evoluída meu senhor. Nos três anos que passei lá, foram terminados alguns prédios interessantes, a cidade está crescendo e se tornando moderna.

- Eu amo aquela cidade! É uma pena que temo que não consigo mais visitá-la devido a debilidade da minha saúde e lá ser uma cidade tão distante.

- O senhor vai ficar bom! Não se preocupe com isso. Em breve o senhor poderá tirar umas férias e, inclusive, levar Josefa com você para uma viagem de nova lua de mel no Rio de Janeiro.

- Eu não aguento mais passar tantos dias na estrada minha senhora. Eu estou mesmo precisando ficar de repouso aqui agora na Bahia. Viagem ao Rio não dá mais pra mim.

- O senhor pode ir para Salvador e pegar um barco confortável até o Rio. A viagem é mais curta e muito menos cansativa.

- Eu não dou muito bem com o mar. Passo muito mal enquanto estou velejando em meio a aquele movimento do barco. Eu não tenho mais condições de visitar aquela linda cidade que tanto amo.

- Eu pretendo voltar lá algumas vezes, mas viajei tanto nesses últimos tempos, que sinceramente, eu quero ficar, pelo menos uns cinco anos sem sair daqui da Bahia. O máximo que vou nesse tempo é em Salvador e volto. Nossa, viajar nessas terras sem estradas é muito difícil. Cansa muito!

- Cansa sim. Da última vez que fui ao Rio de Janeiro eu demorei 45 dias por causa das chuvas. É muito longe e, além disso, as estradas são muito ruins. Só melhora um pouco quando chegamos em Diamantina, que passamos pela estrada real.

- É sim. Só depois de lá que melhora, mas Diamantina está a quase 20 dias daqui. É muito longe também! Eles poderiam melhorar um pouco esses caminhos. Acho que se tiver que visitar a minha mãe novamente eu prefiro ir de barco, mesmo passando muito mal.

- Para você que é jovem isso é suportável. Para mim é tudo muito mais difícil. Afirma aquele senhor.

- Para mim então eu que não saio mais daqui dessa cidade é impossível. Eu estou aqui há tanto tempo que é por aqui mesmo que vou ficar. Responde Josefa.

- Josefa sempre foi mais caseira Scarlett, mesmo quando mais jovem não gostava muito dessas viagens. Afirma o seu esposo.

- E não gostava mesmo! Responde Josefa, quando eles voltam a almoçar.

No decorrer daquela conversa, aquele senhor questiona a Scarlett se ela tem trocado cartas com o rei de Portugal:

- Sim senhor, temos conversado sobre negócios e a minha produtividade. Com a quantidade de terras que tenho, a média da minha produtividade nos últimos 12 anos foi a maior do Brasil desde que assumi aquela fazenda.

Miss Scarlett e a escrava brancaWhere stories live. Discover now