Os primeiros dias após aquela fuga

208 31 6
                                    

Caçadores de recompensa de toda a região compareciam a fazenda de Scarlett e junto a Tenório recebiam as instruções para que fossem a busca daqueles dois escravos brancos em locais que ainda não haviam sido mandados capturadores. Eles rebcebiam algumas moedas de prata para pagarem os valores das expedições. Com dois dias daquela fuga, eles já haviam enviado capturadores para todos os lados da Bahia.

Antônio via aqueles recursos serem gastos e ficava muito preocupado. Na tarde daquele dia 05 de dezembro de 1795, pouco antes do aniversário de Scarlett, que era no dia 08 daquele mês, ele foi falar com ela:

- Senhora, estamos gastando muito dinheiro com essa busca. Lembre-se que a nossa situação em reservas de ouro já não estava muito boa.

- Antônio, não se preocupe. Vamos recuperar tudo depois que capturar esses escravos. Eles não vão muito longe. Já mandei homens para todos os lados da Bahia, logo, logo eles aparecem.

- De acordo com os meus cálculos senhora, o que foi gasto em moedas até o momento já daria para comprar Artur e Pérola por duas vezes! Será que todo esse esforço vale mesmo a pena? Questiona Antônio demonstrando preocupação em sua fala.

- Vale! Capturar esses dois para mim é uma questão acima de valores financeiros Antônio. Para mim isso é uma questão de honra. E honra não tem preço! Nenhum escravo nunca fugiu de minhas terras e os meus dois escravos mais valiosos não serão os primeiros a fazerem isso. Que mensagem eu passaria para os meus demais escravos se os deixassem fugir? Questiona Scarlett em tom furioso.

- Eu sei senhora. Eu entendo tudo isso que está a me dizer. Mas, me preocupa muito os gastos. Temos que manter a sua saúde financeira. Afirma Antônio.

- Não se preocupe com isso Antônio. Eu tenho muitas terras, muitos escravos e joias. Eu sei o que estou fazendo! Vamos pegá-los em pouco tempo e logo paramos de gastar! Quanto mais esforços fizermos agora, mais cedo os capturamos e menos gastamos. Vai por mim!

- Tudo bem senhora. Eu entendo! Afirma Antônio ao sair daquele escritório ainda preocupado.

Após aquela fuga, Artur e Pérola não pararam de cavalgar enquanto encontravam pontos abertos e planos. Nos locais de mais difícil acesso, mata fechada, eles iam caminhando e conversando bastante pelo caminho sobre planos para o futuro. A luta deles pela liberdade era algo que lhes davam uma energia impressionante! Quando os cavalos cansavam muito, eles paravam um pouco para comer e beber água, sempre sorrindo, contando histórias, sentindo algo que nunca haviam sentido em suas vidas, uma sensação plena de liberdade!

Aquela viagem não era fácil. Naquele segundo dia, eles passaram por uma zona muito montanhosa, o qual tiveram que caminhar sobre um sol escaldante a maior parte do tempo, o que fez com que não distanciassem muitos quilômetros da fazenda de sua dona. Mesmo tendo caminhado e cavalgado das 7 horas da manhã até as 11 horas da noite, com pequenas pausas, eles conseguiram percorrer pouco mais de 70 quilômetros no segundo dia.

Durante aquela segunda noite, para se aquecerem, eles montaram uma fogueira e ficaram a conversar e se declarar um para o outro abraçados, demonstrando felicidade ao ver o luar. Depois de algum tempo, eles começaram a fazer amor, demonstrando um imenso prazer e felicidade no decorrer daqueles atos sexuais. Era muito gostoso se amar daquela forma livre e desimpedida! No decorrer daqueles atos, Artur dizia sempre que Pérola era a melhor parceira para fazer amor que ele já havia tido em sua vida, o que arrancava sorrisos apaixonados de sua amada que dizia o mesmo. Carinhosamente Artur disse de forma irônica e descontraída:

- Mas, vosmicê não vale. Vosmicê disse que eu fui o seu único homem!

- E duvidas disso Artur, para falar dessa forma? Questiona Pérola demonstrando um semblante furioso, mas, ao mesmo tempo, descontraído.

Miss Scarlett e a escrava brancaWhere stories live. Discover now