Os preparativos

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Pouco depois do amanhecer do domingo, Artur acorda e vai caminhando por aquela fazenda em direção ao local em que havia marcado com Juliano. Ele acordou mais cedo para que ninguém o seguisse ou tivesse qualquer desconfiança quanto ao local em que ele estava a se dirigir.

Assim como era antes da fuga, após aquelas inúmeras punições, Scarlett deixou Artur mais livre naquela fazenda. Em certa medida, ela tinha uma afeição grande por aquele escravo e por isso mantinha ele com aquelas regalias de poder se locomover por aquelas fazendas sem ser infortunado, mesmo depois de ter fugido.

Scarlett imaginava que depois que ele foi capturado, não faria uma nova tentativa de fuga, pois sabia que ela iria atrás dele até que o capturasse e os castigos, caso o encontrasse, seriam ainda mais severos. Ela imaginava a aquela altura, que Artur não teria coragem de tentar algo nesse sentido, mesmo porque, ela tinha Pérola em suas mãos e caso ele tentasse fugir novamente, ela teria a possibilidade de matá-la. Depois da venda de Pérola, ela tinha em mente que teria que tomar maiores cuidados nesse sentido. Quando isso ocorresse, Scarlett controlaria a locomoção autorizada a Artur naquelas terras.

Às nove horas da manhã ele chegou naquele local combinado depois de andar calmamente pela fazenda, observando os locais e pensando no seu plano de assassinato daquela senhora e como fugiria daquelas terras para longe.

Depois de uma hora a esperar, finalmente, Juliano chegou ao local combinado andando, pois havia deixado o seu cavalo em um local distante, escondido para que ninguém pudesse os ver. Com o intuito de evitar serem avistados por outras pessoas, eles desceram uma ribanceira e se sentaram atrás de uma grande pedra que tinha próximo a aquele local marcado para realizarem a conversa sobre os seus interesses em comum.

- Bom dia senhor Juliano! Cumprimenta Artur.

- Bom dia Artur! Responde Juliano com um semblante alegre.

- O senhor disse que tinha interesses em comum com os meus, que interesses seriam esses senhor? Questiona Artur demonstrando curiosidade naquela questão.

- Matar a sua dona! Diz Juliano diretamente para Artur, quando ele fica surpreso após aquela fala.

- Mas, porque o senhor também tem interesse em matar a minha dona? Questiona Artur.

- Eu quero te contar tudo Artur, mas primeiro eu quero saber de vosmicê com sinceridade. Depois dessa senhora matar a sua mãe naquele tronco, vosmicê quer mesmo se vingar dela não é? Vosmicê não ama Scarlett, pois, mesmo com todas as regalias que tem naquela casa, na primeira oportunidade que teve fugiu dela? Questiona Antônio Dias Filho tentando saber se poderia confiar em Artur antes de lhe contar toda a verdade.

- Se tem uma coisa que desejo hoje senhor, depois de tudo o que aconteceu na minha vida é matar Scarlett. Essa mulher acabou com tudo que eu tinha de melhor. Nesses últimos dias, depois que me capturou, ela me maltratou tanto, que por diversas vezes eu achei que fosse morrer! Além disso, ela matou a minha mãe e descobri que ela matou o meu pai também. Afirma Artur demonstrando tristeza e revolta em seu semblante. Aquela fala era uma novidade para Antônio Dias Filho, que se assustou e questionou:

- Como assim matou o seu pai Artur?

- Ela confessou a mim que matou o meu pai, provavelmente, envenenado naquela noite. Só que ninguém descobriu isso. A minha mãe até suspeitou, mas não tinha como provar. Essa semana ela me confessou isso, jogando na minha cara que eu não tinha como provar nada mesmo, que ela poderia dizer para mim o que fez. Afirma Artur demonstrando feições de fúria.

- Mas, isso é muita crueldade Artur! Afirma Antônio Dias Filho assustado.

- Pois é... Essa é apenas mais uma das crueldades dessa mulher que eu quero me vingar. Mas, além disso, tem tanta coisa que passaria uma tarde te contando. Agora me conte, porque quer matá-la?

Miss Scarlett e a escrava brancaWhere stories live. Discover now