CAP. 8 - Notas Profundas

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Não entrava quase nenhuma réstia de luz naquele lugar, além de as vezes ser quase sempre abafado... Pelo menos haviam algumas lâmpadas fracas que não me deixavam na completa escuridão. 

Já havia pelo menos se passado quase um dia desde que Brahms havia vindo aqui e feito o curativo em minha cabeça, após isso ele simplesmente desapareceu entre as paredes da mansão. 

Sinto como se tivéssemos trocado de lugar... Agora eu ficava aqui em baixo e ele lá em cima. Será uma espécie de castigo que ele aplicou em mim? Mesmo tentando explicar que aquilo foi o pior erro que cometi, ele não queria me ouvir...

Eu já não estava mais aguentando com a fome me corrompendo aos poucos e decido levantar-me daquela cama, parecia que eu tinha caído em uma rápida e profunda depressão de pensamentos ali em baixo, nem sequer querendo sair das cobertas. 

Era uma geladeira média, dando um pequeno tremor em meu corpo ao aproximar minha mão do puxador, mas me surpreendo quando a abro... Ali dentro estava algumas das coisas que eu mais gostava de comer...

Tudo tão organizado e perfeito, teria até mesmo um bolo o qual não lembrava de ter feito... Brahms havia feito um bolo para mim? Não conseguia acreditar... Mas seguro o prato com dois sanduíches cortados ao meio, com molho de atum, era um calmante para o meu estômago. 

Levo até a cama e alimento-me ali mesmo. Em alguns minutos já não restava mais nada daquela refeição, nem sequer havia pego uma das bebidas da geladeira.

Respiro fundo e agradeço mentalmente por aquilo... Ele estava sendo gentil, mas ao mesmo tempo sentia medo de tentar me aproximar dele...

O silêncio do quarto era tudo o que eu ouvia, até ser rompido por uma música sutil que vinha do piso superior acima de mim... Eram sons de um piano a ser tocado, não havendo um erro em suas notas.

Eu sabia que Brahms era um amante de músicas clássicas, colocando-as no volume máximo, sendo a única coisa que o acalmava... Mas tocar tão bem assim, aquilo arrepiava todo o meu corpo. 

Deito o meu corpo novamente entre o cobertor, deixando a minha mente emergir naquela canção, era a música mais linda que eu já teria ouvido...

Aquilo me acalmou tanto que quando percebo estava cochilando levemente, como se meu corpo flutuasse, esquecendo por alguns instantes que eu estava presa ali em baixo, nem se quer percebendo que a música já havia parado.

Outra vez eu durmo, mas desta vez foi um sono tranquilo, sem me preocupar com os perigos, como se conhecesse cada vez mais aquele lado doce de Brahms...

Brahms - Conexão FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora