CAP. 50 - Amor Doentio

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Brahms:

Greta estava em minha frente, após quase uma hora sendo esfolada contra a parede. Solto a sua cintura, mas o seu corpo cai de joelhos sobre o chão.

- Não consigo ficar em pé...

Não controlo uma risada presa em minha garganta... Já era de se esperar, após todo esse tempo sendo penetrada sem pausa.

Abaixo-me, segurando ela em seguida, em meio aos meus braços. Ela parecia estar exausta... Mas poderia ter sido morta.

Uma decisão simples, mas a qual salvou sua vida. Dei a Greta todas as oportunidades para escapar e achar a saída, a qual eu teria deixado aberta.

De um jeito ou de outro, ela chegaria até ali... E então deveria apenas escolher... Entre mim e sua "liberdade". Já fui abandonado várias vezes, estava preparado para a última vez.

"Seja um bom garoto, Brahms", era o que os meus pais falavam antes de me abandonarem e se suicidarem... De que adiantou ser um bom garoto? Nada, apenas me trouxe ainda mais solidão.

Mesmo já estando acostumado a viver sozinho, as pessoas coexistiam por trás das paredes, eu as via todos os dias... Fiz com que acreditassem que o boneco estava vivo, deixei minha mãe louca.

Eles não aguentavam um maldito boneco... Imagine a mim. Então a sádica loucura de se contratar babas começou.

Passo minha mão pela face de Greta... Estava quase caindo em sono, cochilando em meus braços. Todas aquelas babas eram velhas, repugnantes.

Nenhuma atendia as necessidades que a droga de um boneco desejava... Meus pais se esforçaram em esconder os corpos delas, todas idosas e sem família, ninguém sentiria falta.

Mas Greta... Greta era diferente de todas que pisaram aqui. Quando a vi atravessando aquela porta pela primeira vez, algo mudou em minha mente.

E um amor maníaco começou a crescer cada vez mais em meu peito, jamais pensei que ficaria pior do que estava, meu cérebro gritava o nome daquela mulher a todo instante.

Logo ficou claro que se Greta não fosse minha, não seria de mais ninguém. Preferia vê-la morta do que longe ou com outra pessoa.

Deveria ter matado aquele verme assim que ele colocou as mãos nela. Eu ainda iria achá-lo e fazê-lo sobrer por tudo o que havia feito a minha Greta.

Coloco ela sobre a cama, seus pontos haviam rompido, enquanto sua perna sangrava lentamente. Não poderia deixá-la dormindo assim.

- Greta, irei costurar sua perna novamente.

- Não.. Não está doendo, posso ficar assim.

Ignoro sua voz cansada e pego o kit médico dentro do meu armário, ela não deveria reclamar ou hesitar quando o assunto era mantê-la bem e viva.

Dou pontos em sua perna, mesmo soltando alguns gemidos de dor com a agulha entrando por sua pele.

- Não quero brincar mais disso...

- Já consegui o que queria.

Brahms - Conexão FatalDonde viven las historias. Descúbrelo ahora