CAP. 65 - História Sem Cor

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- Dezoito??!?

A expressão no corpo de Brahms parecia ser indiferente a este fato... Não conseguia engolir isso, imaginava que esse número era referente apenas as babás, mas e quanto outras pessoas que poderiam estar relacionadas a ele, como Cole??

- Droga, Brahms!! Não sei nem como eu estou viva...

Falo enquanto esfrego meus dedos pelos olhos, com uma dor de cabeça aumentando internamente...

- Foi uma conexão instantânea...

Olho para ele sem reação em minha face, não acreditando que Brahms havia dito aquilo.

- Então você não me matou só por causa disso?!? - Digo extremamente furiosa.

Ele apenas dá de ombros e senta-se na beirada da cama, em minha frente.

- Gostaria de outro motivo? Você não era uma velha à beira da morte como todas as outras, fiz um favor em matá-las.

- Meu Deus, como pode dizer isso??

- Mas quando você se lembra que matei o imprestável do seu ex namorado, então você coloca um sorrisinho em seu rosto, não é?

- Isso não é verdade...

Era verdade...

- Eu salvei você aquela noite.

- Brahms, isso não importa agora! Eu quero saber mais!!

- Já te disse o suficiente, Greta!

- Não! Estamos falando de um assunto sério! Eu preciso saber o que aconteceu realmente com aquela garotinha, Emily.

Ele parecia enrolar ainda mais em falar... Definitivamente não era um assunto fácil para Brahms, porém era mais necessário do que nunca.

- Ninguém acreditou em mim, você também não irá. Portanto, isso é indiferente.

- Brahms, eu realmente preciso saber! Tem que confiar em mim!

Levanto do sofá e vou ao seu lado na cama, sentando sobre os lençóis amassados e segurando a palma de sua mão.

- Por favor...

Sua respiração era hesitante a situação, como se estivesse prestes a cometer um ato horrível.

- Emily sempre vinha brincar na mansão, no jardim... Porém, no meu aniversário, queríamos explorar a floresta. Meus pais nunca deixavam nós dois irmos até lá sozinhos, mas como o dia era especial, decidimos nos aventurar escondidos.

Sentia Brahms apertar a minha mão cada vez mais que falava...

- Brincávamos de pega-pega entre as árvores... Mas então, não consigo explicar o que era aquilo...

- Aquilo o quê?

- Havia algo atrás de nós, Emily virou-se para trás, foi a primeira que viu e disse: "Olha! Um palhaço!"... Assim que eu o vi, percebi que aquilo não era normal.

- Havia um palhaço na floresta..?

- Aquela droga não era um palhaço!! Parecia ser uma coisa humanoide de três metros de altura! Nem cores ele tinha, palhaços não são preto e branco! Mas aquilo não havia dito uma palavra sequer, apenas retirou um punhado de doces do bolso e os esticou em direção a Emily, com um sorriso totalmente anormal em seu rosto...

- Então... O palhaço matou ela?

- Ele segurou em sua cabeça, a mão daquela coisa a esmagou no mesmo instante em que Emilly se aproximou. Eu já estava totalmente arisco, a única coisa que fiz foi correr enquanto escutava as gargalhadas ecoarem e se aproximarem cada vez mais de mim. Meu pai ouviu os meus gritos, quando ele chegou até mim, o monstro já havia desaparecido.

Isso era informação demais para se processar... Realmente, parecia algo extremamente impossível e surreal... Se isso aconteceu ou não, precisava demonstrar o meu apoio a Brahms, não importava a situação.

- É realmente difícil de se compreender... Mas, eu acredito em você.

- Acredita?

- Claro.

Falo enquanto acaricio os seus ombros. Se eu não acreditasse, quem mais iria?

- Greta.. Eu.. Não fiz aquilo...

- Não tenho dúvidas quanto a isso.

Sua voz era sincera e triste demais para estar sendo uma mentira... Acreditava em sua inocência.

- Odeio ter que tocar nesse assunto.

- Não precisamos mais falar nisso...

- Obrigado, Greta... Por ter voltado e ficar aqui comigo.

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now