CAP. 81 - Casos Sangrentos

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Greta:

Estava em uma mesa perto da mansão, com cadeiras de ferro brancas. Alfred havia feito chá para mim, tentando me reconfortar pelo sumiço de Brahms, a quase dois dias...

Observo Alfred se aproximar da mesa, após algum tempo fora, trazendo algumas comidas por uma bandeja.

A. - Está gostando do chá, senhora Greta?

- Estou sim, Alfred... Mas..

Engulo em seco, com um nó na garganta.

- E se Brahms nunca mais voltar, Alfred? E se algo tiver acontecido com ele?

A. - Ah, senhora...

Alfred puxa a cadeira ao meu lado, sentando-se um pouco afastado.

A. - Brahms é um homem feito, tenho certeza de que ele está resolvendo negócios antigos da família Heelshire. Ele pode voltar a qualquer momento.

Coloco os dedos apertando a parte acima do nariz, tentando cessar aquela preocupação...

- Ele disse que seria rápido...

A. - Tente não pensar nisso, pois só deixará a senhora irritada e ansiosa.

Observo Alfred retirar da parte interna do seu uniforme, algumas folhas dobradas...

A. - A senhora lembra-se de quando me perguntou se havia alguém nas proximidades da floresta, quando aquele crime aconteceu com a pequena Emily?

- Claro...

A. - Eu teria minhas suspeitas de que algo sério havia acontecido com Brahms, e com as perguntas da senhora sobre lendas... Fizeram-me querer investigar mais sobre o assunto.

- Você achou alguma prova de que foi alguém quem cometeu aquilo?

A. - Não são exatamente provas concretas... Mas, veja.

Alfred começa a desdobrar aquelas folhas em minha frente, pareciam ser crianças mortas, de formas terríveis... Outras desaparecidas.

- Essas crianças...

A. - Sabemos que não existem vizinhos tão próximos daqui, mas achei estes casos, os quais são os mais próximos possíveis desta mesma floresta. E perceba, todos são feitos em datas não muito distantes...

- Meu Deus... E quem f..

A. - O assassino é um mistério, mas houve apenas uma mulher quem presenciou o crime ser feito. Infelizmente ela foi internada em um hospício, pois acharam que foi ela quem cometeu o crime... Não havia nada que batesse com a descrição que ela passou.

- Aonde está a descrição?

Alfred revira as folhas, entregando-me um caso à parte, parecendo ser uma folha arrancada de um velho jornal...

"Mary Woodys, mãe de Susan Woodys, está no centro de um caso de assassinato perturbador. Susan foi encontrada pregada viva na parede de sua casa, seus olhos brutalmente arrancados.

O cachorro da família também foi vítima, encontrado mutilado e colocado dentro da geladeira.

Embora as evidências apontem fortemente para Mary como a responsável, ela nega veementemente, insistindo que um monstro alto, de três metros de altura, com cabelos negros e compridos, parecido com um palhaço horrendo, foi o verdadeiro perpetrador.

As autoridades estão investigando o caso enquanto a comunidade lida com o horror dessa tragédia."

- Esse caso... É horrível...

A. - Sei que a senhora sabe de algo, sobre Brahms. Foi isso quem matou a pequena Emily?

Meus olhos reviram cheios de lágrimas, tentando conter a verdade. Existir algo assim era impossível... Mas os fatos, eles não mentiam... Brahms não mentia.

- Sim, mas por favor, não diga ao Brahms...

A. - Senhora, já trabalhei em todas mansões e já guardei muitos segredos. Não se preocupe quanto a isto. Acredito tanto em Brahms, quanto na senhora.

- Em quais casas você já trabalhou?

A. - Ah, são assuntos mortos. Mas já tive um patrão que quase não parava em sua mansão, virava as noites tentando salvar as pessoas e prender criminosos.

- Era um policial então?

O sorriso nostálgico no rosto de Alfred fica evidente.

A. - Muito mais do que isto.

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now