CAP. 46 - Pequenas Frestas

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- Bem... Seja lá o que estiver pensando, não posso nem sequer andar direito.

Falo de maneira grossa, mas Brahms anda em minha direção, segurando por de baixo dos meus braços e colocando-me em pé na sua frente.

- Você não precisará andar... Apenas se esconder.

Parecia ser algo simples... Mas havia algo errado em sua voz e naquela situação.

- E se eu não quiser brincar disso?

- Você vai.

Brahms segura o meu pulso, aproximando seu rosto em intimidação do meu, apenas consigo reagir balançando a cabeça em concordância.

- Lhe darei alguns minutos.

- E se você me achar?

- Terão consequências.

- Quais consequências??

Uma leve risada sai por baixo de sua máscara...

- O tempo está passando, Greta.

Encaro-o em descrença, não acreditando que realmente estávamos fazendo isso. Saio sem dar minhas costas para Brahms, que estava em pé ao lado da cama do seu quarto.

Jesus, eu estava toda aleijada, mancando pelo corredor dos quartos... Não conseguia ir muito rápido e não saberia exatamente quantos minutos eu tinha para achar algum lugar e ficar escondida.

Mas então começo a me lembrar... Quando eu havia entrado no meu guarda-roupa para tentar fugir de Brahms, ainda havia pedaços de madeira mal colocados em seu fundo.

Sim, o armário era uma das passagens de Brahms para trás das paredes, lembro-me muito bem de quando ele invadiu o meu quarto quebrando a parede do guarda-roupa... Ele não havia concertado direito aquilo, apenas colocou algumas tábuas soltas.

Volto pelo corredor, tentando não fazer barulho algum com os meus passos, estar apenas usando meias ajudava...

Brahms encontrava-se no quarto próximo, se ele seguisse a minha lógica, não iria achar que eu me esconderia em um lugar tão perto do ponto onde ele estava.

O armário estava quase vazio, retiro as tábuas que impediam a passagem para as paredes, fechando a porta do guarda-roupa em seguida. Havia uma enorme passagem escura atrás de mim, poderia ver alguns encanamentos ao longe pelas paredes de madeira.

Eu ficaria aqui, até o momento em que Brahms entrasse pela porta do quarto. Poderia ver pelas frestas da porta de madeira, assim como da última vez.

Os minutos se passam, com a minha apreensão aumentando cada vez mais com os segundos... Eu sentia medo sem saber por qual motivo, talvez por não saber as consequências daquela situação sádica.

Devo lembrar de nunca mais tentar fazer piadas com a personalidade de Brahms... Pois estava óbvio que ele tinha atitudes totalmente impulsivas e era magoado fácil. O problema nem era esse, mas sim o jeito com o qual ele revidava a situação.

Não ouvia nenhum passo, nenhuma porta ranger ou barulhos pela casa... Tudo mortalmente silencioso. Às vezes meu corpo tremia, tanto pelos calafrios do momento, tanto pelo frio que se fazia.

Percebo, com a minha visão periférica, a porta do quarto se abrir, olho imediatamente pela fresta do armário... Agora eu estava temendo pelo que fosse acontecer.

Brahms caminhava lentamente pelo quarto, virando sua cabeça para todos lados, inspecionando quase tudo de imediato... Mas o que me assustava era o fato dele estar segurando uma enorme faca em sua mão.

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now