CAP. 18 - Nova Empregada

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Com muito custo consigo fechar os olhos na madrugada após aquela situação embaraçosa e abusiva... Desperto no dia seguinte, eu havia me coberto por medo de ser apalpada por ele outra vez durante o sono.

Levanto-me cedo e vou até o "banheiro" no canto do porão, acendendo as pequenas luzes acima de mim. Mas quando me olho no espelho...

Em minha boca havia uma mancha de sangue seco, assim como estava em minha perna. Meus lábios inteiros sujos de sangue... Como ele havia feito isso?

Eu precisava tomar um banho depois disso... Por que ele fez isso comigo?? Ele parecia tão educado ontem a noite para depois ficar tocando em mim sem a minha autorização??

Isso me enfurecia! Coloco as toalhas sobre o box e tomo o meu banho em seguida. Foi rápido, mas quando saio do chuveiro, minhas roupas haviam sumido outra vez!

- Brahms!! Você tem que parar com isso!

Olho para cima da cama e havia uma caixa marrom clara de madeira, a qual eu me dirijo em passos duros, apenas com a toalha em meu corpo.

Assim que eu abro a caixa.. Havia uma roupa de empregada dentro... Hoje é quinta-feira, dia da limpeza.

Ainda era de manhã, eu não precisava usar isso para tirar os ratos das ratoeiras!

- Eu não tenho que usar isso!

Vou novamente pegar a minha camisola ou qualquer outro trapo que eu estava usando, recusando-me a ter que vestir aquela roupa humilhante.

Mas não encontro nada! Ele havia tirado tudo de mim enquanto eu tomava banho. Não tenho nem sequer a opção de qual roupa irei vestir...

Vou até a cama novamente e retiro aquela coisa da caixa, percebendo que era um vestido... Um vestido bem curto de empregada.

- O que ele tem na cabeça..??

Haviam meias brancas, mas que acabavam próximas as coxas, sendo ligadas por um pequeno fio de pano nelas até minha cintura. Tinham sapatos pretos bem lustrados, um avental pequeno que ia em frente ao vestido preto com babados e rendas brancas, além de luvas pretas com rendas delicadas. E não posso me esquecer da tiara com crista de babados de rendas esbranquiçados.

Deixo a toalha cair do meu corpo, mas no mesmo instante escuto um barulho rápido de uma madeira sendo socada por trás das paredes do porão...

Coloco o vestido rapidamente após ouvir aquilo, arrumando os detalhes e depois me encarando no espelho... Meu pensamento era: Ou eu sou uma empregada ou uma puta.

Escuto a porta se abrir do outro lado do porão. Brahms estava entrando entre as luzes foscas do lugar, aparecendo apenas a sua silhueta, cada vez mais perto de mim.

- Está pronta?

- Sim, mas precisamos conversar antes!!

- Trabalhe primeiro, conversamos depois.

Sinto sua mão segurar o meu braço, colocando-me em sua frente e me guiando para fora do local, subindo as escadas e parando na sala de jogos.

Assim que saímos para um lugar mais claro, vejo que ele estava usando um suéter cinza, mas que destacava totalmente os seus músculos no peitoral e braços... Parecia que todas as roupas eram apertadas para Brahms.

Noto que havia um pequeno pedaço de papel rasgado grudado em seu suéter, seguro o seu antebraço e ele me encara ameaçadoramente por tê-lo parado.

- Calma.. Tem uma sujeira em sua roupa.

Coloco minha mão sobre o seu peito e tiro o pequeno pedaço de papel, colocando em um dos bolsos do meu avental. Sua respiração era tão ofegante quando coloquei a mão em seu peito que pensei que ele fosse ter um surto.

- Vamos.

Estávamos indo para a parte de fora da mansão Heelshire, retirar os ratos das ratoeiras... Isso seria algo do cotidiano, mas já estava acostumada com isso, não era um serviço tão pesado assim.

Pego um saco de lixo próximo a porta de entrada e vou para fora, observando o céu nublado e a floresta que cercava-nos ao longe.

Quanto antes eu começar isso, logo terminarei... Mas os olhos de Brahms não desgrudavam de mim em nenhum momento enquanto eu tirava esses bichos das armadilhas, era um tanto constrangedor...

Brahms - Conexão FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora