CAP. 22 - Poço de Dúvidas

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Estava trovando do lado de fora da mansão, o céu estava escuro entre as vidraças... Eu estava sentada na sala principal da casa, havia uma enorme televisão que nunca era ligada.

Pego uma revista e começo a folhear, esperando pacientemente até a hora da aula particular de Brahms. Mas ao mesmo tempo, penso que não entenderia nada sobre o que iríamos ler...

- Vamos.

Sua voz invade o salão, fazendo-me deixar a revista de lado e levantar-me até ele.

Quando foco os meus olhos em Brahms, percebo que seus cabelos castanhos escuros estavam úmidos, ele utilizava uma regata branca que grudava com a umidade em seu corpo. Sua calça de moletom era um tanto solta em suas pernas.

O cheiro de perfume masculino purifica o ar, sigo Brahms até a biblioteca, sendo quase hipnotizada por aquele doce odor.

Ele se senta em uma mesa mais ao centro, puxo uma cadeira e fico ao seu lado, poderia até mesmo sentir a sua respiração ofegar...

- O seu perfume é muito bom.

Mas suas mãos correm até um livro que estava ao seu lado da mesa, levando-o até mim.

- Ah, francês...

Ótimo, não entendo nada.

Começo a ler aquelas palavras, tentando aprender o que significava cada coisa... Ao menos o livro explicava bem cada palavra e para que servia.

Entretanto, Brahms me corrigia com cada pronuncia mal feita, ocorrendo o pensamento de que a aula não era para ele, mas sim para mim...

- Devo encaixar nos seus horários uma aula de etiqueta e de boas maneiras.

- Brahms...

- Sim?

- Por que quer que eu aprenda tudo isso? Parece desnecessário.

- Ter conhecimento e classe nunca é desnecessário, senhorita Greta.

- Ah, é mesmo? Bem, você parece perder a sua classe várias vezes.

Brahms se levanta da mesa, puxando-me pelo braço, saindo da biblioteca comigo.

- Nós não acabamos ainda!!

- Acabamos.

- Pare de me puxar! Isso machuca!

E ele para logo em seguida, ficando em minha frente com seus cabelos molhados caindo por sua máscara de porcelana...

- Você sabe o que eu fiz.

- Eu sei...

- Sabe as coisas horríveis que realizei por você...

- Você não precisa mais fazer isso...

- Se for necessário, irei fazer.

Seus dedos englobam o meu punho, mas não estavam me puxando forte como da última vez, mas ele me guiava até o porão.

- Espere, Brahms...

- O que foi?

- O que você sente por mim?

Observo seu corpo virar contra o meu... Eu estava encurralada perto dos sofás, dando passos lentos até meu corpo encostar sobre a parede de madeira escura...

Seu peitoral ofegava cada vez que chegava mais perto... Seu rosto estava um tanto acima do meu, mas eu poderia ver apenas os seus olhos através da máscara...

Brahms parecia que iria ter uma explosão de sentimentos a qualquer instante, sua respiração era descontrolada e forte...

Mas sua mão direita aproxima-se de mim, avançando ariscamente, ameaçando passar por trás do meu pescoço...

Ele parecia não conseguir falar nenhuma palavra sequer, apenas via algo animalesco sendo projetado dos seus olhos para os meus...

Sua máscara se aproxima do meu rosto, sinto apenas aqueles lábios de porcelana serem encostados nos meus lentamente... Seus dedos se fixam atrás do meu pescoço, puxando-me para mais perto de si...

 Seus dedos se fixam atrás do meu pescoço, puxando-me para mais perto de si

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Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now