CAP. 14 - Olhando Entre a Escuridão

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Não conseguia compreender Brahms... Ele realmente estava aqui apenas para me observar comer?

O clima era frio e as paredes rangiam as vezes, quebrando o silêncio inquietante. Poderia ver os seus olhos através de sua máscara, grudados em meu corpo.

Os minutos torturantes se passam e termino de comer minha refeição... Não poderia reclamar disso pois a comida era maravilhosa.

Coloco o prato lentamente sobre a cômoda outra vez, logo meus olhos desviam para Brahms... Nossa, seus músculos ofegavam com a sua respiração...

Mas desvio o olhar em seguida, não queria que ele tivesse uma má ideia de mim...

Encolho-me sobre os lençóis, sem saber o que iria acontecer, apenas esperando uma atitude de sua parte.

Brahms apóia as suas mãos nos ferros em frente a cama, fixando ainda mais os seus olhos sobre mim, dando arrepios em minha espinha.

- Você irá ler para mim hoje.

O quê..? Isso é realmente algo que eu não esperava.

- Ler...?

Nós fazíamos isso, mas quando eu pensava que ele era apenas um boneco de porcelana... Porém, ele sempre deveria ouvir cada palavra através das paredes.

- Irei voltar daqui meia hora.

E ele simplesmente vai embora, sem dizer mais nenhuma palavra. A porta se bate lentamente e eu fico ainda sobre a cama, pensando naquela ordem tão estranha.

Levanto-me sem poder escolher entre ir ou não ir, penso em tomar um banho rápido e trocar a minha roupa, mas que roupa..? Eu não tinha opções.

Cubro o box com as toalhas desgastadas outra vez, retirando as minhas roupas dentro dele e ligando o chuveiro.

A água era sempre fria no início, mas logo ficava morna lentamente. Termino o banho e enrolo a toalha em meu corpo para pegar as roupas que joguei no chão.

- Droga...

Sussurro ao ver que não estavam mais ali... Por que ele sempre pegava as minhas roupas?

Mas em cima da pia, havia uma muda nova de roupas dobradas... Uma blusa azul acinzentada, de tecido fino e mangas compridas e uma calça jeans escura, junto de roupas íntimas...

Brahms não era um homem sem sentimentos ou sem empatia, pois de um jeito ou de outro ele estava cuidando das minhas necessidades...

Entretanto, aquela sensação de estar sendo observada a todo momento deixava-me inquieta e preocupada com suas verdadeiras intenções quanto a mim...

Talvez eu estivesse criando alguém diferente do que ele realmente era na realidade... Remoia-me internamente em pensar que tudo isso poderia estar sendo um teatro dele.

Não queria cogitar que ele fosse apenas um assassino frio que matou Cole sem pensar duas vezes... Brahms não poderia ser só isso.

Mas as paredes... Continuavam tendo olhos... E eu sabia que ele estava aqui, apenas esperando e observando... Escutava sons rangerem sem saber o que era ao certo, mas vinham por trás das madeiras...

 Escutava sons rangerem sem saber o que era ao certo, mas vinham por trás das madeiras

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Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now