CAP. 85 - Visão do Bosque

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Observo Brahms voltar para a cama, deitando-se ao meu lado e passando seus braços em volta do meu corpo...

Após isso, consigo dormir tranquilamente, sentindo ninar em seus braços fortes e cabeludos, abraçando o meu busto...

...

Pequenas réstias invadem a cortina preta, que estava um tanto entreaberta... Acordo com esse leve brilho em meus olhos, mas não sinto Brahms ao meu lado.

Levanto-me, caminho até o banheiro e troco a minha roupa, indo em seguida para o primeiro piso, descendo as escadas com uma sapatilha confortável.

Já deveria ser tarde, inspirava um aroma maravilhoso vindo da cozinha enquanto caminho para lá.

Assim que entro no local, Alfred estava ali, como sempre, fazendo um delicioso almoço.

A. - Senhora Greta! Bom dia, como está?

- Estou bem, Alfred, e você? Fazendo o almoço?

A. - Ah, sim... Achei melhor deixar tudo preparado para a senhora.

Sento em uma banqueta perto do balcão onde Alfred cortava legumes.

- Sabe onde o Brahms está?

A. - Certamente... Mas ele me pediu para que a senhora se alimentasse antes de encontrá-lo.

- E por que ele pediria isso?

A. - Bem... O que posso dizer, que ele se preocupa com a senhora.

- Alfred... Estão tramando alguma coisa, não é?

Sua risada era confortável enquanto jogava os legumes na frigideira.

A. - Seria uma pena estragar a surpresa.

- Surpresa..? O que estão escondendo de mim?

A. - Senhora Greta, tente não pensar nisto por enquanto, vamos nos concentrar no almoço.

- Está bem...

Levanto-me e ando em direção a mesa da cozinha, sentando na cadeira enquanto Alfred leva os talheres e o prato em minha frente.

Logo as comidas são posicionadas na mesa, com Alfred colocando algumas em meu prato. Queria ter vontade de comer, mas a ansiedade era corrosiva...

- Alfred... Quanto ao jornal, conseguiu pegá-los?

A. - Senhora Greta, infelizmente os jornais não poderão ser entregues está semana. Houve um pequeno imprevisto quanto ao envio deles.

- Droga... Gostaria muito de saber o que aconteceu com Malcom...

A. - Entendo perfeitamente, senhora. Entretanto, não deixe Brahms saber sobre esta sua preocupação.

- Não deixar ele saber..? Pensei que Brahms já teria superado está situação a algum tempo.

Minha relação com Malcom foi apenas um breve acontecimento, jamais foi nada sério e muito menos algo para Brahms se preocupar... Afinal, isto já teria acontecido a meses atrás.

A. - Esperamos que sim, senhora Greta. Mas apenas evite...

Começo a degustar a comida servida, porém de modo rápido pelo fato da minha ansiedade estar aumentando cada vez mais.

- Suas comidas estão sempre ótimas, Alfred. Obrigado.

A. - É uma satisfação ouvir isto.

Empurro a cadeira, levando as louças para a pia em seguida.

- Acho que posso encontrar Brahms agora... Pode me dizer onde ele está?

A. - Claro, ele espera pela senhora no jardim da mansão. Deixe-me acompanhá-la.

Alfred dobra o seu braço para mim, fazendo-me enganchar no mesmo. Sentia-me confortável com ele, parecia ser sábio por seus cabelos grisalhos e voz experiente.

A porta de entrada da mansão é aberta, fazendo o sol entrar na casa um tanto abafada, com o ar circulando pelas paredes antigas.

Caminhamos abaixo das grandes árvores do jardim, com seus galhos expandidos de forma perfeita, fazendo a sombra nos acompanhar quase sempre.

A brisa era leve, mesmo no dia mais quente de verão, fazendo as folhas das árvores caírem lentamente sobre a grama cortada e impecável.

Estávamos passando pela ponte de madeira de um lago antigo, não muito grande, mas com estátuas gregas espalhadas em seu fundo, assim como por sua volta. Pilastras e corpos esculpidos, desgastados pelo tempo...

 Pilastras e corpos esculpidos, desgastados pelo tempo

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- Brahms deve estar longe...

A. - Já estamos chegando, senhora. Ele deve estar no bosque.

Ficava encantada com a grandiosidade daquele jardim... Eram lugares que jamais havia explorado totalmente, sempre impressionando-me cada vez que iria vê-lo.

Andávamos por árvores um pouco mais fechadas, entretanto, as réstias entravam por seus galhos afastados...

Um pouco ao longe, entre a vegetação, consigo ver a silhueta de um homem, mas não.. Não poderia ser Brahms...

- Alfred... Quem é aquele homem?

A. - É o senhor Brahms.

- Mas.. Ele está sem a sua...

A. - Sim, senhora. Ele está sem.

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now