CAP. 38 - Amor e Ódio

4.4K 425 75
                                    

Ando pelo quarto durante dois dias, sentia-me abandonada... Porém ao mesmo tempo eu estava sendo alimentada... Agradeço apenas por isso.

Mas hoje o dia não passaria em pune! Não. Eu iria esperar por ele, acordada e escondida, assim que Brahms entrasse eu iria correr pela porta e fechá-lo aqui dentro. Ele iria provar do seu próprio veneno.

Como ele pode fazer isso depois do que tivemos juntos... Deixar-me aqui, sozinha... Precisava tanto vê-lo, mas esse desejo foi transformando-se em um ódio.

Já estava na hora do almoço, ou pelo menos era a hora em que eu sentia fome. Agora eu sei porque ele colocou aquele maldito frigobar aqui, apenas para poder me manter em cativeiro o tempo que fosse necessário.

Ele acha que pode fugir de mim? Acha que pode me ignorar o tempo que quiser?? Está errado!

Sento sobre a cama, ao menos aqui eu teria minhas roupas... Já havia notado que algumas malas minhas estavam reviradas, assim como algumas peças de roupas em meu guarda-roupa, sentia falta de algumas delas...

- Sádico...

Falo enquanto mastigo o bife em minha boca, ao menos ele sabia cozinhar muito bem, não havia reclamações quanto a isso, a carne derretia na boca...

Por falar em boca, demorou mais de um dia para a dor em minha mandíbula passar! Havia dado o meu máximo por aquele momento, mas para quê? Para ele esquecer de mim aqui em cima??

Ele não pode me usar e me colocar de lado até precisar outra vez... Isso me deixava extremamente triste... Eu realmente estava gostando dele.

Idiota, era isso o que eu era. Tão tola por ter voltado para cá, tão sádica quanto Brahms por achar que estava apaixonada por um matador. Por achar que talvez ele sentisse algo parecido...

Já havia ouvido falar em amor a primeira vista... Mas foi a primeira vez que vi isso acontecer em prática. Minha mente ficou tão confusa ao vê-lo, e ao mesmo tempo tão atraída... Até a hora em que ele matou meu ex-namorado.

Não haviam muitas coisas para se fazer aqui, as janelas de madeiras eram bloqueadas por grades de ferro entre um vidro que eu poderia abrir por dentro para respirar o mínimo de ar fresco. As cortinas claras voavam durante o dia...

Porta trancada, como sempre, mesmo eu a testando as vezes... Estava ficando obcecada por sair daqui ou para ver Brahms novamente?

Não consigo entender os meus pensamentos... Eu deveria estar tão irritada assim? Deveria! Mas se estou tão tocada pelo que aconteceu entre quatro paredes, é porque foi algo que mexeu comigo... Isso é uma droga.

Apenas me espere Brahms... A noite cai tão rápido que quase acabo dormindo ao esperar... Mas estou sóbria, pronta para pegá-lo no flagra!

Ao entardecer, já estava bem escuro e finjo estar cansada caso Brahms estivesse olhando-me pelas paredes... Idiota.

Mas o que ele não esperava e não havia pego em minhas malas reviradas, era uma pequena faca que escondia entre os tecidos de sua parede de pano... Iria utilizar caso fosse necessário.

Apago as luzes, torcendo para ele não conseguir ver muito bem no escuro, assim como eu... Mas já saberia aonde estava o guarda-roupas e entro dentro dele, esperando pacientemente pelo "arrombador de boca".

- Você não pode me tratar assim.

Cerro os punhos, os minutos se passam e nada de Brahms entrar para trocar as comidas ou tirar os pratos... Já estava ficando exaustivo ao passar pela primeira hora.

Sento no chão no armário, ao menos era espaçoso e eu caberia perfeitamente ali. Já deveriam ser três da manhã, posso apenas chutar a hora... Estava cansada e meus olhos estavam se fechando...

Porém, escuto um leve ruído de chave vindo da porta do quarto...

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now