CAP. 95 - Lugares Distantes

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Já havia fechado os meus olhos dentro do porta malas... Aquilo estava me dando um enjôo horrível, com o meu corpo girando pelas curvas...

Os minutos pareciam não passar enquanto estava encarcerada ali dentro... Meu Deus, eu não aguentava isso...

Malcom havia sido o único que havia estendido a mão para mim quando cheguei aqui... Mesmo que suas intenções não fossem das mais amigáveis, ele não merecia ter morrido.

Ninguém merecia ter morrido... Conseguia pensar apenas nisso durante toda a viagem... E ao mesmo tempo, que Brahms era assim, e nada poderia ser feito.

Várias opções rondavam a minha cabeça,  como se eu tivesse muitas... A primeira, era fugir daqui, romper com Brahms e esquecer tudo o que aconteceu...

Se o seu jeito não me agradava, então o correto seria ir embora... Mas, o mais preocupante era conseguir fazer isto. Brahms jamais deixaria eu partir tão fácil.

A segunda opção... Aceitar quem ele era, assim como fiz quando decidi voltar para cá... Mas parecia muito mais difícil de se fazer isto agora, não sabia o motivo desse impedimento... Talvez, porque eu realmente o amava, preocupava-me com ele, e principalmente, com o que ele fazia.

Percebo o carro freiar logo em seguida, cessando os meus pensamentos, não dando tempo o suficiente para chegar a uma conclusão sobre tudo isso...

Escuto passos do lado de fora do carro, caminhando até mim, mas de forma lenta, enquanto dedos tamborilavam pela lataria.

Uma luz suave, mas que para os meus olhos eram enormes, entrar assim que o porta malar é aberto...

Brahms estava com uma expressão em sua face, a qual jamais havia visto... Ele havia retirado seu casaco preto, utilizando apenas um moletom fino, amarelo claro, o qual estava por baixo de suas vestes anteriormente.

Seus lábios... Havia um sorriso leve, sarcástico e indecifrável. Seus olhos encaravam-me em ironia, brilhando, mas ao mesmo tempo intimidadores...

- .. O-o que você vai fazer comigo?

Falo com a voz trêmula, sentindo suas mãos passarem por minha cintura, colocando-me por seu ombro em segundos...

Assim que olho para o lugar em que estávamos, procurando pela mansão, ou apenas um resquício que me reconfortasse, não havia nada disso.

Era um local completamente estranho, o qual não reconhecia... Estávamos estacionados entre centenas de árvores, pinheiros fechados e longos... A estrada não estava a vista, simplesmente era a droga de uma floresta.

- Me responda..!

Digo enquanto bato os pés em seu peitoral, mas ele apenas os segura enquanto carrega-me na terra úmida...

Eu.. Estava temendo.. Por minha vida... Não sabia o que Brahms iria fazer comigo, nem o motivo de estarmos em um lugar isolado, no meio do nada.

- .... Por favor... - Digo engolindo o choro, mesmo com as lágrimas rolando por meu rosto - ... O que você vai fazer comigo??

Os passos de Brahms começam a se apressar pelas árvores, chuviscos caiam sobre nossos corpos... Consigo apenas encostar a minha cabeça em suas costas, talvez sendo a última vez que sentiria aquilo...

Porém, uma sombra encobre a nós dois, fazendo o canto dos meus olhos encarar o céu, vendo-o ser tapado por um telhado estranho, o qual havia vários feiches de luz entrando pelos buracos.

Porém, uma sombra encobre a nós dois, fazendo o canto dos meus olhos encarar o céu, vendo-o ser tapado por um telhado estranho, o qual havia vários feiches de luz entrando pelos buracos

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Uma porta é fechada atrás de nós... Escuto correntes serem passadas enquanto meu corpo balança por seu ombro... Sem poder ver o que realmente acontecia em sua frente...

O lugar era um tanto escuro, difícil de se enxergar alguma coisa entre as pequenas réstias...

Mas meu corpo é jogado sobre algo que parecia ser um colchão, dando-me um susto com a queda, fazendo-me soltar um pequeno grito.

Conseguia ver Brahms andar ao meu redor, totalmente confusa e com o coração desesperado, pensando ser definitivamente o meu fim.

- Lembra-se de como tudo começou? De como éramos no início..? Ah...  Lembro-me muito bem.

Brahms estava andando até mim, curvando o seu corpo sobre o meu, no colchão ao chão... Entretanto, havia uma faca em sua mão... Estremeço no mesmo instante.

- Chamava você de "linda Greta"... "Venha brincar comigo, linda Greta... Prometo ser um bom garoto... Irei me comportar...".

Uma risada ecoa acima de mim... Com seus dentes reluzindo em ameaças e ironia.

- Você sabia... Desde o início... Assim que me viu...

Sua faca passa por meu pescoço, segurando os meus cabelos, que estavam deitados no colchão... Os calafrios não paravam enquanto meus olhos estavam fechados...

- Você terá uma última chance, Greta. Poderá recusar quem eu sou, ou então...

Sua faca esguia-se por minha blusa, parecendo querer rasga-la aos poucos.

- Irei lhe mostrar... Quem eu realmente sou... E você irá poder decidir...

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now