CAP. 25 - Caixas Empoeiradas

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Toco em um cesto de plástico que estava na estante, parecendo ter várias coisas aleatórias acumuladas... Por que ele guardava tudo isso aqui?

Eram tantos potes velhos, bacias e cestos de vários tipos que fico até confusa em mexer nas tralhas que estavam guardadas aqui... Talvez fosse por isso que eu tenha hesitado em fazer antes.

Eu estava pegando em pedaços de ferro um tanto enferrujados, uma boca de torneira antiga, parafusos velhos e coisas do tipo.

O cobertor estava sobre mim, com um prendedor na frente para não abrir, ao menos eu estava aquecida.

- Por quanto tempo irei ficar aqui...

Sussurro enquanto vasculho em outro pote de itens velhos, mas neste, haviam papéis bem ao fundo, desenhos.

Esvazio o pote para pegá-los, observando o primeiro traçado... Parecia ter sido feito por uma criança a muito tempo. Uma casa em chamas, com dois bonecos de palito do lado de fora.. Mas com um boneco menor dentro.

- Ele sempre esteve vivo... Mas ninguém sabia.

Um incêndio forjado pelos seus pais após o assassinato de uma garotinha da vila. Pelo menos era isso o que Malcom havia me dito uma vez...

Outro desenho abaixo, mas havia apenas uma cama com um garotinho deitado sobre ela, mas o seu rosto estava riscado...

Guardo novamente no pote, colocando no lugar. Viro-me para trás, indo na outra prateleira, o que eu mais tinha agora era tempo para abrir todos os segredos desse lugar.

Uma caixa de papelão enorme, era para onde os meus olhos apontavam... Rasgo a fita que estava em cima, observando conter apenas jornais antigos.

Não parecia demonstrar nada importante neles, folheio um por um, tentando achar algo, até ver uma mancha de sangue entre eles...

Pego um jornal mais ao meio, tendo uma notícia enorme estampada na capa:

Pego um jornal mais ao meio, tendo uma notícia enorme estampada na capa:

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- O que você fez com ela, Brahms...

Falo baixo enquanto leio a notícia do desaparecimento da garota... Quando os policiais chegaram na casa, o local havia se incendiado e o filho dos Heelshire havia sido dado como morto.

Até os próprios pais de Brahms haviam achado isso, até o maldito boneco aparecer dias depois de sua "morte"... Para mim ainda não fazia sentido ele se esconder eternamente entre as paredes.

Por que ele não saiu e voltou a sua vida normal com os seus pais? Por que uma criança se esconderia após um incêndio quase total na mansão..? O que aconteceu com Brahms naquele dia talvez sempre seja um mistério para mim...

Eu estava sentada contra a estante de ferro, lendo cada parte da notícia com gotas de sangue, precisava saber tudo sobre aquilo. Mas então, escuto um ruído no canto do porão.

Tento fechar o jornal a tempo, mas Brahms já havia entrado, ficando parado ao longe me encarando com um prato em sua mão.

- Brahms..!

Seus passos eram lentos, sua cabeça virava lentamente sobre o pescoço, talvez em confusão com aquela cena que via...

Ele deixa o prato sobre uma mesa minúscula de ferro enferrujado próximo a uma das estantes. Não consigo parar de encará-lo, eu estava totalmente ansiosa e com medo do que poderia acontecer.

Agora ele fica em pé em minha frente, enquanto ainda estou sentada no chão com a cena do crime bem organizada em minha volta... Vários jornais espalhados no piso e o principal em minha mão esquerda, sendo apertado por meus dedos, na esperança de que Brahms não perceba qual seja.

Seus olhos não piscavam pelos furos de sua máscara, encarando tudo daquela situação.. Até eu perceber uma coisa.

O modo com que eu estava sentada no chão era com as pernas abertas, deixando a coberta caída para os lados, com o meu corpo ao meio totalmente exposto... Meu Deus, ele não estava encarando os jornais, mas sim a minha intimidade totalmente aberta em direção a ele.

Fecho imediatamente, colocando a coberta por cima no mesmo instante, mas Brahms se abaixa, colocando suas mãos sobre os meus joelhos encolhidos para cima.

- Não toque em coisas que não são suas.

Suas mãos deslizam por minhas coxas por cima das cobertas, como se estivesse ameaçando abri-las outra vez..

- E-eu sinto muito..

Estávamos tão próximos que nem percebo que sua máscara de porcelana fria encosta em meu rosto novamente...

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now