CAP. 51 - Cicatrizes

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Greta:

Meu sono era pesado, mas estava tranquila após ter meu ferimento costurado e limpo outra vez. Pensava em tudo o que aconteceu e ainda estava acontecendo...

Era como se tudo o que eu senti enquanto estava acordada, fosse refletido em meus sonhos... Quantos pesadelos já tive com essa mansão, sustos incessantes, como se algo estivesse me alertando do perigo. Talvez fosse o meu inconsciente.

Acordo depois de um longo sono... Ainda era dia, provavelmente de tarde, viro o meu corpo para o outro lado da cama, mas logo bato o meu braço em algo.

Brahms estava deitado ao meu lado, acho que ele havia tomado outro banho, pois ainda sentia o vapor quente ao seu redor...

Ele abre seus olhos assim que encosto nele, passando sua mão por meus cabelos...

- Você está aqui a quanto tempo?

- Não sai daqui.

- Obrigado por cuidar de mim...

Ele nada diz, apenas continua fazendo carinho em minha cabeça...

- Brahms...

Falo passando minha mão por seu antebraço, ele parecia tão calmo ao meu lado...

- Você.. Realmente iria me matar?

- Não.

- Promete não fazer mais isso?

- ... Claro.

Não conseguia sentir total confiança em suas palavras... Talvez fosse por não conseguir ver a expressão que estava fazendo por debaixo de sua máscara.

- Eu estou preocupada... Com as tarefas da casa.

Já haviam duas semanas que não fazia nenhum serviço que Brahms havia me listado... Estava preocupada tanto com a mansão quanto com a comida.

- Eu cuido disso.

Brahms realmente parecia não ligar do fato de eu não poder cumprir sua santa lista de tarefas... Mas então sua mão passa por cima da minha.

- Quando você se recuperar, podemos fazer juntos.

- Isso seria ótimo!

Abraço o seu corpo deitado sobre a cama, estava feliz por ele se abrir mais comigo e adicionar um pouco de inclusão, seja lá no que estávamos tendo.. Mas então encaro o seu abdômen nú...

Era lindo... Principalmente quando estava úmido... As pequenas gotículas escorriam por seus músculos definidos e suas veias saltadas... Mas não consigo deixar de notar uma cicatriz não tão velha em sua barriga. Era grande e avermelhada, nunca havia prestado atenção naquilo.

- Sua marca em meu corpo.

Brahms fala pegando em minha mão, levando os meus dedos até seu abdômen, meu corpo arrepia quando o toco, sentindo cada parte daquela cicatriz que eu havia feito.

- Eu.. Sinto muito.

Não sabia o que ele pensava, mas tinha a impressão de que aquela faca em sua mão anteriormente era para fazer um ferimento igual em mim.

Levanto-me da cama e faço menção em ir até o banheiro, mas Brahms segura o meu pulso.

- Aonde vai?

- Estou suada e suja.. Tenho que tomar um banho, assim como você.

Ele larga a minha pele, deixando-me ir até a porta na lateral do quarto... Ainda tinha o seu perfume pairando no ar do banheiro abafado, toalhas molhadas dependuradas no box e espelho com o vapor encobrindo-o.

Mas então começo a pensar enquanto a água cai sobre mim... Eu estava segura com ele?

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now