CAP. 27 - Motivos

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Já estávamos andando pela sala de jogos abaixo da mansão, saíamos ao lado de uma lareira de tijolos marrons escuros, a qual estava acesa.

Brahms segura o meu pulso até então, mas vejo ele soltar um longo suspiro de cansaço por de baixo de sua máscara...

- Está tudo bem?

Ele estende o prato de comida na minha direção, seguro-o sem entender o que era para fazer.

Porém Brahms vai para trás de mim, segurando-me em seus braços, solto um pequeno gemido com o susto de ser levantada.

- Por que está fazendo isso??

- Você anda devagar demais. Estou cansado disso.

Olho para ele com um tanto de raiva me consumindo, eu não estava andando devagar! Era ele quem estava com pressa.

Mas logo sinto uma mão passar por meu rosto, fazendo um carinho que nunca havia sentido antes de Brahms... Aquilo me acalmou de uma forma inexplicável.

Apenas sentia o meu rosto quente com aquilo, eu deveria ter ficado um tanto vermelha... Já estávamos subindo para os últimos andares da mansão.

As escadas eram enormes e antigas, nos encontrávamos no corredor dos quartos da casa. Ali havia o grande quarto dos falecidos donos da mansão, em sua frente teria o quarto do "pequeno" Brahms e por último, no final do corredor, o quarto de hóspedes.

Brahms caminha rapidamente para a sala no final do corredor, o quarto de hóspedes, que um dia já havia sido meu e todas as minhas coisas provavelmente ainda estavam lá.

Entramos pela porta, a cama estava desarrumada, mas era enorme... Um quarto rico e confortável, não teria comparações em relação ao porão que eu estava.

Logo seus braços me colocam no chão, ando lentamente, deixando o prato do café da manhã com panquecas doces sobre uma cômoda de maquiagem e roupas.

- Obrigado por me trazer até aqui, Brahms.

Ele estava bloqueando a porta de entrada, olhando para a minha reação ao ver cada objeto do quarto novamente e o quanto eu era agradecida por estar ali.

- Não me faça te colocar lá novamente... Acha que não sei como é?

Junto as sobrancelhas em busca de uma resposta, aproximando-me dele, querendo ouvir mais de sua voz.

- Durante a minha vida inteira.. Aquele lugar foi a minha casa.

- Você.. Não precisava passar por isso... Por que você não havia saído antes de lá?

- Um motivo...?

Ele junta os seus punhos, como se um rancor estivesse guardado em seu peito, o que eu mais queria era saber os motivos para tudo isso ter acontecido...

Brahms - Conexão FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora