CAP. 62 - Herança Mortal

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- Sim, sou eu mesma. O que os senhores desejam?

Deveria agir como a mulher mais descontraída e inocente do mundo... E até mesmo a mais burra, dependendo do que fossem perguntar ou fazer.

M. - Sou Marcus, venho lhe trazer uma notícia um tanto chocante sobre os donos da casa. Poderíamos entrar?

Disfarço a minha ansiedade e preocupação com um sorriso, acenando com a cabeça em seguida. Porém, eu já sabia que eles estavam mortos...

- Claro, fiquem à vontade.

Abro espaço em minha frente, vendo os cinco homens entrarem pela mansão, acompanhando-os até o salão principal da casa, o qual tinham três longos sofás para eles sentarem.

Marcus senta-se ao meu lado do sofá, apenas um pouco distante, abrindo a pasta preta e lendo um papel em sua mão.

M. - O casal Heelshire foi dado como morto, a mais de um mês... Mas o corpo deles foi encontrado apenas quatro dias atrás, boiando os restos dos cadáveres em uma correnteza, por uma cidade próxima de onde se suicidaram.

- O senhor sabe por que fariam isso?

M. - É o que viemos tentar descobrir, senhorita Greta. Qual era a sua relação com os donos da mansão?

- Bem... Eu os conhecia a pouco tempo, comecei a trabalhar aqui apenas duas semanas antes deles irem viajar. Falaram-me que iriam tirar umas férias e que estavam cansados...

M. - Entendo... Você foi contratada para quê?

- Para ser a babá do filho deles.

M. - E ele ainda está aqui?

- Talvez o senhor não acredite... Eu mesma não acreditei quando vi, mas o filho deles era um boneco de porcelana.

M. - Como é?

- Acho que o casal havia tido problemas com o filho que morreu quando era mais jovem, então eles adotaram um boneco como filho.

Os polícias se encaram em objeção às minhas palavras, mas de qualquer forma, eu estava falando a verdade.

M. - Você poderia nos mostrar esse boneco?

- Eu posso pedir para o Alfred tentar achar ele, pois não sei onde está.

Alfred entra na sala no mesmo instante, nem sequer precisei chamá-lo.

- Poderia tentar achar o boneco de porcelana, por favor?

A. - Claro, senhora.

Ele sai rapidamente pelas portas dos corredores, espero que ele encontre, ou não, pois havia sido quebrado em milhares de pedaços.

M. - E quanto a este homem, Alfred, qual a relação dele com a família que morava aqui?

- Soube que ele era um membro muito importante e confiável para eles, mas trabalhava apenas como motorista. Decidi chamá-lo para ajudar a cuidar da mansão, ele não negou.

M. - Você tinha relação com outras pessoas próximas daqui?

Isso poderia ser uma armadilha, não é? Poderiam saber de tudo e Malcom estar acordado.

- Sim, apenas o homem que trazia as compras semanais para cá, Malcom.

M. - Interessante, você sabia que ele se encontra no hospital?

- Claro, eu o levei para lá depois que sofreu um acidente aqui na mansão, fiquei dias ao seu lado... Ele estava carregando as compras para dentro da casa, mas já era tarde e insisti para que ele viesse no outro dia, mas Malcom não quis. Ao entrar no carro, ele sofreu um acidente logo depois, batendo no muro próximo a entrada.

M. - Infelizmente ele ainda está em coma, ao menos foi o que o hospital nos informou. Quanto ao carro e o muro, poderíamos conferir depois?

- Infelizmente o carro foi retirado após o acidente, o muro está intacto.

M. - Pois bem, senhorita Greta, não achamos que você seja suspeita de algo, seria até mesmo impossível, mas essas perguntas foram necessárias... Agora, vamos falar sobre o real motivo de estarmos aqui...

Engulo em seco, mas ainda mantenho a minha postura.

M. - Não existem herdeiros na família Heelshire, a única pessoa que os conhecia era você. É uma enorme fortuna, de milhões, a qual está para ser herdada. Caso a senhorita não queira, o dinheiro será doado.

- Você.. Está falando que eu seria a herdeira?

M. - Infelizmente o filho deles morreu quando era um garoto... Eles não tem ninguém para ser o herdeiro.

- Não...

M. - Perdão, não entendi.

- Eles tem um herdeiro. Brahms está vivo.

Brahms - Conexão FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora