CAP. 53 - Reflexo Incógnito

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Brahms:

Não poderia negar o quanto aquela mulher deixava-me louco por sua carne... Agora já não poderia mais controlar meus impulsos.

Ando até o primeiro andar, indo para o salão principal, segurando meu casaco verde opaco em mãos.

Sento em uma poltrona velha e pego o telefone que estava ao meu lado, discando para um número conhecido da família.

Sento em uma poltrona velha e pego o telefone que estava ao meu lado, discando para um número conhecido da família

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- Gostaria de solicitar a Limousine Heelshire.

- Claro, é o Sr. Heelshire?

- Não. É o filho dele.

Por alguns segundos a ligação fica muda, mas eu já saberia o motivo.

- Compreendo... Para qual horário o senhor gostaria?

- Amanhã, uma hora da tarde.

Eu reconhecia aquela voz, ainda era o mesmo motorista que dirigia nossa limousine e carros por décadas, desde que eu era uma criança.

Era notório que sua voz era um tanto apática e trêmula no telefone... Pois ele sabia que eu havia "morrido".

- É o senhor mesmo, senhor Brahms?

- Sim, sou eu, Alfred.

Desligo o telefone em seguida, agora deveria apenas ficar ao lado de Greta sempre que conseguisse... Já não tinha mais forças para ficar distante daquela mulher.

Olho para a cama do meu quarto e ela estava dormindo com um sorriso oculto em seu rosto... Seu corpo parecia nem sequer estar vivo. Ao menos estava satisfeita.

Mas eu queria satisfaze-la de todos os modos possíveis, e eu poderia fazer isso. Mostraria a ela como sua vida poderia ser melhor ao meu lado, Greta poderia ter tudo o que quisesse se desse-me a sua lealdade eterna.

Ando até o banheiro do quarto, passando a toalha pelo espelho, limpando-o...

Começo a encarar o meu reflexo... Meu rosto oculto...

Talvez o que Greta realmente desejasse era ver o meu rosto... Mas como eu poderia dar isso a ela se nem eu mesmo tenho coragem de ver o que existe por trás da maldita máscara??

Minhas mãos passam por cima da porcelana fria... Tantos anos usando isso... Apenas os meus olhos diziam tudo o que precisava saber.

Sinto meus dedos tremerem enquanto encosto-os sobre o material liso do qual era feita... Eu deveria ter coragem alguma hora, deveria...

Estava um pouco trincada, mas ainda assim consegui recuperá-la quase totalmente. Eu a retirava as vezes, mas jamais encaravam-me em algum vidro.

Quebrar os espelhos... Deveria parar com isso o quanto antes, ou então os machucados de Greta poderiam ser piores em meus surtos por seu corpo.

Não queria machuca-la... Não queria. Foi tudo um acidente, mas se eu contasse isso para ela, talvez não acreditaria em mim.

Se eu demosntrasse tudo o que eu sou... Tudo o que eu sinto... Apenas tornaria-me mais vulnerável para aquela mulher. Dizer que eu a amava... Era arriscado demais.

Greta deveria ser digna do meu sentimento, precisaria muito mais do que me satisfazer na cama para ter isso...

Deito ao seu lado nos lençóis, queria poder abraça-la... Mas algo impedia os meus músculos...

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now