CAP. 23 - Máscara de Porcelana

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O-o que estamos fazendo..?

Talvez tenha sido algo que sempre desejei em segredo...

Brahms segurava a minha cintura cada vez mais forte contra ele... Sentia como se nossas respirações fossem uma só...

Mas.. Havia algo errado, sentia que faltava uma sensação importante aqui.

Meus lábios encostavam em algo frio, liso e branco, de porcelana... Já deveria imaginar que não sentiria os seus lábios realmente?

Isso não era o que eu realmente queria sentir aqui, queria os seus lábios reais nos meus, sua língua na minha...

Mas Brahms não separava nossos corpos... Ele queria a minha boca mesmo em sua máscara, como se fosse algo verdadeiro.

Suas mãos deslizavam até minha nuca, sentia se misturarem com os meus cabelos... Eu estava segurando a sua cintura, poderia sentir o quão forte ele era... Suas costas eram totalmente largas e minhas mãos não poderiam sentir aquilo totalmente.

Mas agora levo os meus dedos ao seu peitoral, tentando afastá-lo gentilmente, parecendo ser algo impossível... Meu Deus, por que eu gostava de passar minhas mãos pelo seu corpo?

Ele se afasta com dificuldade, então nos encaramos... Seus olhos eram as únicas coisas que eu poderia ver.

- Brahms...

- Sinto muitas coisas por você, Greta.

Ele se aproxima de novo para outro beijo, mas coloco minha mão entre nossos rostos.

- Brahms... Eu queria que.. Você tirasse isso.

Ele me fita com uma confusão formando-se em seus olhos.

- Eu quis dizer que quero que retire a sua máscara.

O silêncio desconfortável cresce cada vez mais naquela situação, ele parecia não estar entendendo o que eu falava...

- Não.

- M-mas eu quero sentir..

- NÃO!

Brahms se afasta de mim, deixando-me sem reação... Ele poderia ao menos levantar um pouco a máscara, eu queria senti-lo!

- E se você levantar só um pouco..

Falo tentando tocar em seu rosto, mas ele segura as minhas mãos, com uma fúria absurda formando-se em seus olhos.

- C-calma...

Mas já era tarde demais...

Seus dedos chegam a machucar os meus pulsos, fazendo-me soltar um gemido de dor

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Seus dedos chegam a machucar os meus pulsos, fazendo-me soltar um gemido de dor... Ele me arrasta para o porão que estava próximo, sem poder fazer nada contra.

- Espere!!

Mas ele não parava, parecia ter sido tomado pelo ódio sem dizer uma palavra se quer...

Tentava me soltar a todo custo enquanto desciamos as escadas escuras do corredor, tropecei algumas vezes, mas isso não importava para ele.

A porta velha do porão se abre, fazendo-o me jogar lá dentro com força contra o chão. Bato a cabeça em uma estante que ficava próxima a porta...

Eu estava zonza, minha cabeça latejava até eu passar minha mão atrás dela.. Estava sangrando.

Olho para a porta e Brahms ainda estava ali me encarando sem parecer distinguir os fatos, ele apenas se vira e bate a porta enquanto estou sentada e ferida no chão...

Tento me levantar enquanto meus dedos tocam a ponta da minha cabeça, esforçando-me em perceber qual era o tamanho do ferimento...

Dou passos atordoados até a pia, apoiando-me nela e ligando-a em seguida, colocando água em minhas mãos e jogando atrás de minha cabeça.

O mais certo seria tomar um banho e limpar isso de uma vez. Retiro minhas roupas de serviço e entro em baixo do chuveiro, deixando o sangue escorrer enquanto fico sentada no azulejo gelado.

Algumas lágrimas saem junto à água do chuveiro, não dando para se distinguir qual era qual... Por que tudo tinha de ser tão difícil..?

Eu apenas queria ver quem ele era... Ver seu rosto e sentir os seus lábios... O que ele está escondendo de mim??

Brahms - Conexão FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora