Brahms - Conexão Fatal

CAP. 99 - Último Pedido

Observava as águas baterem de maneira calma na margem do pequeno lago... Por mais desgastadas que as estruturas e estátuas fossem, contrastava apenas aquele toque antigo e belo.

As flores haviam desabroxado, rosas como sua maioria, as quais caiam por alguns pedaços de muro, colocados de forma intensional para servir de apoio as trepadeiras.

Outras contorciam-se pelo corpo das estátuas humanas... Achava lindo como era deixado as plantas tomarem conta, junto da corrosão... Teriam algumas vitórias régias flutuando na água, movendo-se lentamente enquanto flutuavam sutilmente.

Folhas caiam aos poucos, embaçando o reflexo perfeito do lago, assim que encostavam em sua face úmida.

Eu estava descalço, com as pernas cruzadas, em uma cadeira branca de ferro, com detalhes finos, espirais e em caracol, assim como a mesa onde deixei minhas coisas apoiadas...

Segurava um bom livro em minhas mãos... Estava fazendo o que sempre quis fazer neste lugar, sugando toda a inspiração que me era dada, afastada do resto do mundo, usufruindo de uma natureza viva, mas ao mesmo tempo, morta.

Meus pés estavam apoiados em uma outra cadeira, cruzados, com meu vestido branco, levemente florido, de alças caídas para os lados e um pequeno decote, combinando perfeitamente com a brisa do verão chegando.

Algumas semanas já haviam se passado desde que aceitei Brahms... Bem, até agora não havia me arrependido da decisão.

Sinto como se as coisas estivessem melhorando entre nós, assim como na mansão. Quanto a isso, fiquei feliz por termos um sinal de televisão decente, além de uma TV nova no quarto.

Brahms queria que eu comprasse roupas e mais roupas nas lojas da cidade que ele tanto elogiava... Mas estava temendo que o closet não fosse o suficiente, mesmo o lugar sendo enorme. Já estava satisfeita com as roupas que tinha, pois não teria usado nem a metade.

Ah, finalmente consegui o meu celular... Mas ao invés de ganhar o meu antigo, Brahms pediu para mim escolher um novo, assim como outras coisas do tipo. Alfred ajudou na instalação de uma boa internet, mesmo que não houvesse sinal de telefone.

Estávamos vendo para arrumar isso, mas colocar uma torre perto daqui não era algo tão fácil assim... Mas, pelas palavras de Brahms, daria tudo certo em breve.

Sempre fui amante do romance.. Queria terminar este livro, assim como os próximos que Brahms havia me dado. Porém, a melhor parte era ler junto a ele, principalmente na banheira ou perto da lareira do quarto... Eram mais do que momentos íntimos, amava cada segundo.

Memórias e mais memórias... Levaria cada uma delas para o final de minha vida... Eu realmente o amava, não poderia deixar esse fato de lado, pois, no momento, era o que me mantinha viva.

Esperava, junto do por do sol que se adiantava, Brahms vir até mim... Claro, estava ansiosa, pois ele havia mandado-me esperá-lo aqui após os policiais terem chego para falar de sua documentação.

Alfred me guiou até o jardim, dizendo para mim ficar tranquila, que esperava que nada demais fosse acontecer... Mas eu sabia que o motivo por Brahms não querer que eu ficasse junto, não eram por causa de conversas privadas com aqueles homens. Sabia o que ele iria fazer caso não desse certo os seus papéis...

Olho para o outro lado do imenso jardim, observando passos lentos de Brahms caminharem até a mim... As árvores balançavam sutilmente por sua volta, as mais diversas, com seus cabelos voando pela brisa aumentando. Seu sorriso era incrivelmente fofo e sedutor... Nem sequer poderia lembrar que ele era um assassino.

Ele segura as minhas mãos, sentando ao meu lado em uma outra cadeira... Presumo que havia dado tudo certo, ou então teria escutado os gritos daqui.

- Como foi a sua reunião?

- Eles me entregaram os papéis outra vez, fizeram um novo documento para mim. Nem sequer tocaram no nome de casos antigos ou suspeitos... Eu sou oficialmente o herdeiro.

Dou um enorme sorriso para Brahms, apertando ainda mais as suas mãos, lhe dando um abraço em seguida, contente por tudo ter ocorrido bem...

- Parabéns, querido...

Digo dando vários beijos em seu rosto, com suas mãos puxando-me para perto de seu corpo.

- Havia algo especial que eu queria fazer nesta situação...

Brahms diz, levantando-se da cadeira, encarando-me de forma um tanto apreensiva, acho que ele estava nervoso.

Mas então, vejo-o agachar o seu corpo, ficando com um de seus joelhos posicionado ao chão... Meu Deus...

- Isso era algo que sempre planejei em fazer... E decidi que agora seria a hora certa, querida.

Já estava quase chorando em sua frente, com as mãos próximas a boca... Brahms retira de sua jaqueta preta, uma caixa vermelha e pequena de veludo, abrindo-a em minha direção... Era um anel maravilhoso, os diamantes brilhavam mais do que tudo, enormes e esculpidos detalhadamente, azuis claros, presos em um suporte anelar de ouro.

- Greta Evans, desde o momento em que nos conhecemos, tenho testemunhado a sua beleza e o poder do avanço em nossa jornada juntos. Cada obstáculo que enfrentamos só fortaleceu nosso amor e determinação. Hoje, diante de tudo o que superamos, quero fazer um pedido: Greta Evans, você aceita caminhar ao meu lado para sempre, enfrentando desafios juntos e celebrando cada conquista, como parceiros e amantes? Eu te amo mais do que as palavras podem expressar, e mal posso esperar para construir um futuro brilhante ao seu lado. Você aceita se casar comigo?

- Sim! Sim! Eu aceito!

Falo levantando da cadeira, observando Brahms subir em direção ao meu corpo, segurando por de baixo de meus braços, girando-me em felicidade...

Jamais poderia dizer não a ele, pois lá no fundo, eu sabia que não poderia esquecê-lo ou deixá-lo... Nossa conexão era fatal.

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Notas da autora:

Bem, chegamos ao final de mais uma história... Em breve postarei os agradecimentos, além de comentários sobre a história.

O quanto agradeço a vocês, por acompanharem cada capítulo, comentarem e interagirem cada vez mais, curtirem e até mesmo compartilharem.

Obrigado, por mais uma história, pela motivação e companheirismo por todos os capítulos.