CAP. 70 - Conselhos Sensatos

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Deus... Minha cabeça... Iria explodir em poucos segundos... Não consigo nem sequer abrir os olhos...

Estava sozinha na cama, passando minhas mãos por ela, de bruços... Eu havia babado no travesseiro, que nojo...

Ando até o banheiro com as mãos na cabeça, encarando para o espelho em seguida... Eu estava horrível, meus cabelos armados para todos os lados, pequenas olheiras em baixo dos olhos... Era como se meu rosto estivesse amassado.

- Tudo culpa sua, filho da mãe...

Falo enquanto pego minha escova de dentes, queria voltar para a cama e ficar ali até essa dor passar...

Mas então escuto batidas na porta do quarto.

A. - Senhora Greta?

Era Alfred, ele havia batido três vezes enquanto perguntava se eu estava acordada.

Suspiro fundo, vendo o quão acabada eu estava no espelho... Espero que ele não fale de minha aparência terrível.

- Estou indo.

Abro a porta do quarto, fechando o meu hobby, observando Alfred segurar uma bandeja em suas mãos.

A. - Trouxe o seu café da manhã, senhora.

- Brahms mandou você trazer?

A. - Não, senhora. É por minha conta.

- Então eu aceito.

Dou espaço para Alfred entrar no quarto enquanto sento-me na cama. Mas ele havia colocado a bandeja em uma mesa próxima a porta, com quatro cadeiras pretas em volta.

A. - Trouxe um remédio para a senhora.

Alfred estava pegando da bandeja um sachê com um pó dentro, misturando em um copo de água.

- Para quê?

A. - Para a sua ressaca.

- Não tenho nem como agradecer a você...

A. - Não precisa, estou aqui para cuidar da senhora, se for necessário.

Agora ele trás a bandeja para mim após eu ter tomado o copo de água, então começo a ver o que tinha por cima dela.

Haviam pães um tanto torrados com mel, melancia, banana cortada com açúcar, uva, abacate amassado... Teria até mesmo uma xícara de café com um bule ao lado.

- Muito gentil de sua parte...

A. - A senhora se sente melhor?

- Acho que sim, não totalmente... Mas sim.

A. - Consegue se lembrar de como foi a noite passada?

- Poucos detalhes... Mas consigo me lembrar que você me ajudou a levantar do chão ou algo assim...

A. - A senhora está triste por causa de Brahms?

- Não fale muito alto, porque aquele idiota pode estar nos ouvindo.

A. - Receio que não, Brahms saiu cedo da mansão.

- Ele foi embora?

A. - Sim, mas deu ordens para tratar muito bem a senhora.

- Como ele pode dar esse tipo de ordem se nem ele mesmo faz isso...

Escuto um suspiro, junto de um pequeno riso, saindo dos lábios de Alfred, observando-o sentar longe de mim, na beirada da cama.

A. - Gostaria de ouvir conselhos de um velho homem?

- Claro.

A. - Mostre a ele a mesma coisa que lhe fez sentir.

Olho para baixo, vendo que aquela ideia não era nada ruim.

- Acha que funcionaria?

A. - Não irá saber se não tentar.

Alfred levanta-se da cama, indo até a porta do quarto.

- A senhora é uma mulher incrível, senhora Greta. Não deixe que ninguém lhe demonstre menos do que merece.

E Alfred sai do quarto, encostando a porta e dando um sorriso simples, porém brilhante para mim.

- Obrigada...

Brahms - Conexão FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora