CAP. 79 - Apenas Lendas

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Estávamos sentados na mesa da cozinha interna, lembro-me quando preparava as comidas aqui, para um simples boneco...

Estávamos sentados na mesa da cozinha interna, lembro-me quando preparava as comidas aqui, para um simples boneco

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Alfred estava trabalhando no fogão, cortando pães com queijos derretidos e tomates tostados. Havia limonada sobre a mesa, com gelos trincados.

Eu e Alfred nos encaravamos constantemente ao ver que Brahms levantava metade de sua máscara para comer e beber.

A. - Estão satisfeitos com a refeição?

- Claro, tudo está perfeito.

Brahms não responde nada, apenas continua comendo, como se estivesse com pressa...

- Devo me retirar agora.

Ele utilizava uma camisa branca e abotoada até a metade, deixando um toque um tanto desleixado, mas ao mesmo tempo atraente. Calças pretas e sociais, com sapatos reluzentes em seus pés.

Brahms se levanta, pegando um terno simples da cadeira, colocando sobre seu corpo.

- Está bem... Boa sorte, no que quer que seja...

A. - Até mais, senhor Brahms.

Ele aproxima-se de mim, dando um pequeno beijo em minha testa, abaixando sua máscara em seguida.

- Não irei demorar.

Brahms logo sai em passos rápidos, mas então vira-se para trás.

- Olhos grudados nela, Alfred.

A. - Claro, senhor.

Olho um tanto indignada para Brahms, não sabendo se aquilo era uma brincadeira ou ele realmente estava falando sério.

Alguns segundos depois, a porta da entrada da mansão é batida fortemente, sinalizando a saída de Brahms.

- Alfred... Gostaria de dar um passeio pelo jardim comigo?

A. - Seria uma honra, obrigado pelo convite, senhora Greta. Apenas irei terminar de arrumar as coisas aqui e logo sairemos.

- Deixe-me ajudá-lo.

A. - Não, é o meu trabalho.

- Eu insisto...

Digo enquanto recolho os pratos e coloco dentro da pia. Sentia como se Alfred pudesse ser um grande apoio em minha vida aqui na mansão.

Assim que ele termina de lavar a louça, enquanto eu as enxugava, caminhamos para fora da mansão.

O jardim sempre havia sido bem receptivo e ao mesmo tempo misterioso por suas estátuas antigas e construções destroçadas... Ao redor da mansão, era um espaço o qual jamais havia explorado totalmente, sendo tão grande que poderiam ser horas de caminhada pelos campos verdes.

A. - É ótimo respirar o ar puro às vezes, não é mesmo?

- Sinto-me revigorada após tantos dias presa dentro da mansão...

A. - Ah, sempre que quiser explorar mais deste jardim, pode me chamar imediatamente. Estarei sempre a disposição.

- Fico muito agradecida, Alfred.

A. - Não fique, querida. Este é o meu trabalho.

- Então... Você conhece todos os arredores daqui?

A. - Claro, tive muito tempo para explorar os cantos deste lugar, antes mesmo do pequeno Brahms nascer.

- Então você deve saber sobre a floresta que fica aqui perto.

A. - Sim, mas a floresta não é propriedade da mansão Heelshire. Havia um muro que dividia os limites do terreno, mas uma parte dele acabou sendo destruída por um raio.

- Sei que é um assunto delicado... Mas foi ali que aconteceu o incidente com Brahms...

A. - Infelizmente, senhora Greta. Crianças sempre tem sua curiosidade a flor da pele, principalmente quando mandamos elas não fazerem algo.

- Você havia me dito que algo mudou Brahms naquele dia... Tem alguma ideia do que possa ter acontecido?

A. - Hm, aquele garotinho estava tão.. Aflito pelo que havia visto. Mas nunca me contou o que realmente aconteceu.

- Sabe se existe alguém ou algo que andava próximo a floresta? Pois, não acredito que Brahms tenha cometido aquele crime.

A. - Não, não haviam vizinhos, nunca houveram... Apenas lendas velhas e sem sentido.

- Quais lendas seriam estas?

A. - Algumas contavam sobre um homem alto e sem rosto, que capturava crianças e as levava embora de seus pais em meio a floresta.

Não... Não era esta descrição que Brahms havia me passado...

- Haveria outra lenda?

A. - Ah, sim... Exite apenas mais uma, porém não é tão conhecida pelas pessoas daqui. Dizem que existe um ser de puro ódio às pequenas crianças, o qual tem uma trágica história por trás disto. Mas ele as manipula, até ter sua frágil confiança... Dizem que ele não hesitaria em matá-las no mesmo instante.

- E como seria a aparência dele?

A. - Lembro-me que diziam ser um palhaço sem cor... Amedrontador por sua altura, mas não recordo o seu nome. Mas senhora Greta, são apenas lendas.

- Claro... São apenas lendas...

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now