๑Dark Romance๑. +18
Apenas um boneco... Um maldito boneco... Ao menos era isso o que todos pensavam. Não, Brahms nunca foi só isso.
Ele surgiu por entre as paredes da mansão, seu corpo foi até mim... Todo aquele tempo cuidando de um boneco de porce...
Estávamos sentados na mesa da cozinha interna, lembro-me quando preparava as comidas aqui, para um simples boneco...
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Alfred estava trabalhando no fogão, cortando pães com queijos derretidos e tomates tostados. Havia limonada sobre a mesa, com gelos trincados.
Eu e Alfred nos encaravamos constantemente ao ver que Brahms levantava metade de sua máscara para comer e beber.
A. - Estão satisfeitos com a refeição?
- Claro, tudo está perfeito.
Brahms não responde nada, apenas continua comendo, como se estivesse com pressa...
- Devo me retirar agora.
Ele utilizava uma camisa branca e abotoada até a metade, deixando um toque um tanto desleixado, mas ao mesmo tempo atraente. Calças pretas e sociais, com sapatos reluzentes em seus pés.
Brahms se levanta, pegando um terno simples da cadeira, colocando sobre seu corpo.
- Está bem... Boa sorte, no que quer que seja...
A. - Até mais, senhor Brahms.
Ele aproxima-se de mim, dando um pequeno beijo em minha testa, abaixando sua máscara em seguida.
- Não irei demorar.
Brahms logo sai em passos rápidos, mas então vira-se para trás.
- Olhos grudados nela, Alfred.
A. - Claro, senhor.
Olho um tanto indignada para Brahms, não sabendo se aquilo era uma brincadeira ou ele realmente estava falando sério.
Alguns segundos depois, a porta da entrada da mansão é batida fortemente, sinalizando a saída de Brahms.
- Alfred... Gostaria de dar um passeio pelo jardim comigo?
A. - Seria uma honra, obrigado pelo convite, senhora Greta. Apenas irei terminar de arrumar as coisas aqui e logo sairemos.
- Deixe-me ajudá-lo.
A. - Não, é o meu trabalho.
- Eu insisto...
Digo enquanto recolho os pratos e coloco dentro da pia. Sentia como se Alfred pudesse ser um grande apoio em minha vida aqui na mansão.
Assim que ele termina de lavar a louça, enquanto eu as enxugava, caminhamos para fora da mansão.
O jardim sempre havia sido bem receptivo e ao mesmo tempo misterioso por suas estátuas antigas e construções destroçadas... Ao redor da mansão, era um espaço o qual jamais havia explorado totalmente, sendo tão grande que poderiam ser horas de caminhada pelos campos verdes.
A. - É ótimo respirar o ar puro às vezes, não é mesmo?
- Sinto-me revigorada após tantos dias presa dentro da mansão...
A. - Ah, sempre que quiser explorar mais deste jardim, pode me chamar imediatamente. Estarei sempre a disposição.
- Fico muito agradecida, Alfred.
A. - Não fique, querida. Este é o meu trabalho.
- Então... Você conhece todos os arredores daqui?
A. - Claro, tive muito tempo para explorar os cantos deste lugar, antes mesmo do pequeno Brahms nascer.
- Então você deve saber sobre a floresta que fica aqui perto.
A. - Sim, mas a floresta não é propriedade da mansão Heelshire. Havia um muro que dividia os limites do terreno, mas uma parte dele acabou sendo destruída por um raio.
- Sei que é um assunto delicado... Mas foi ali que aconteceu o incidente com Brahms...
A. - Infelizmente, senhora Greta. Crianças sempre tem sua curiosidade a flor da pele, principalmente quando mandamos elas não fazerem algo.
- Você havia me dito que algo mudou Brahms naquele dia... Tem alguma ideia do que possa ter acontecido?
A. - Hm, aquele garotinho estava tão.. Aflito pelo que havia visto. Mas nunca me contou o que realmente aconteceu.
- Sabe se existe alguém ou algo que andava próximo a floresta? Pois, não acredito que Brahms tenha cometido aquele crime.
A. - Não, não haviam vizinhos, nunca houveram... Apenas lendas velhas e sem sentido.
- Quais lendas seriam estas?
A. - Algumas contavam sobre um homem alto e sem rosto, que capturava crianças e as levava embora de seus pais em meio a floresta.
Não... Não era esta descrição que Brahms havia me passado...
- Haveria outra lenda?
A. - Ah, sim... Exite apenas mais uma, porém não é tão conhecida pelas pessoas daqui. Dizem que existe um ser de puro ódio às pequenas crianças, o qual tem uma trágica história por trás disto. Mas ele as manipula, até ter sua frágil confiança... Dizem que ele não hesitaria em matá-las no mesmo instante.
- E como seria a aparência dele?
A. - Lembro-me que diziam ser um palhaço sem cor... Amedrontador por sua altura, mas não recordo o seu nome. Mas senhora Greta, são apenas lendas.