๑Dark Romance๑. +18
Apenas um boneco... Um maldito boneco... Ao menos era isso o que todos pensavam. Não, Brahms nunca foi só isso.
Ele surgiu por entre as paredes da mansão, seu corpo foi até mim... Todo aquele tempo cuidando de um boneco de porce...
Havíamos caminhado até as fronteiras da mansão, observando um enorme rio, o qual estava além dos muros...
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- Se sente confortável aqui? Além dos muros...
Agora eu poderia ver a sua expressão ao sorrir, juntando suas sobrancelhas em sarcasmo.
- Não sou mais uma criança, Greta.
- Está bem.. Sabe que me preocupo com você.
- Eu é quem devo me preocupar com você.
Sentamos sobre a grama, o sol estava quase se pondo... Não conseguia trocar muitas palavras com Brahms, pois não parava de fixar os meus olhos em seu rosto...
- Deveria ter arrancado a sua máscara a muito tempo...
- Mataria você se fizesse isso.
Dou uma leve risada, não sabendo se aquilo era realmente brincadeira...
- Mas... Você deve se sentir muito melhor assim, livre.
- Era um peso de anos amarrado em meu corpo. Sinto que sou capaz de tudo, agora.
- Nossa.. Pensei que antes você já fazia tudo o que queria... Agora não quero nem saber o que irá ser capaz de fazer.
Brahms passa os seus braços por meu corpo, puxando-me para o seu peito.
- Com você? Não se preocupe... Está segura comigo.
- Segura...
Afasto-me um pouco dele, queria ver os seus olhos... Sua face límpida...
- Brahms... Você jamais iria machucar alguém que conheço, não é? Quero dizer... Como fez com Cole.
Mas a expressão em seu rosto parecia não querer mentir. Aqui estava o seu único passo em falso, não saber controlar as suas expressões faciais. Brahms não poderia mais mentir descaradamente.
- ... Não.
Continuo encarando-o em desdém, buscando algo estranho em sua resposta e expressão... Pois seu auto cuidado comigo estava sendo um tanto excessivo... Mais do que o normal.
- Não..?
- Não machucaria.
- .. Ótimo, vou acreditar em você.
Logo o silêncio toma conta... Apenas as águas batiam na margem de pedras pequenas, fazendo barulhos leves... Era como se não fosse Brahms realmente que estivesse ao meu lado... Era praticamente irreconhecível.
- Você conseguiu tudo o que quis...
Digo em meio a brisa que passava entre nós.
- E você não?
- Talvez, mas até toda essa situação se resolver... A herança, os documentos... Porém, ver a sua face diante da minha, está sendo a melhor sensação da minha vida.
- Sabe, Greta...
Brahms passa sua mão sobre a minha, enquanto estampa um pequeno sorriso.
- Cansei de ser paciente.
- O que quer dizer com isso?
- Que, para o bem daqueles homens, é melhor que minha documentação esteja correta.
- Bem.. A documentação até pode estar... Mas e se descobrirem sobre as babás.... E sabe-se lá quem mais.
Brahms aperta os seus punhos, como se estivesse prestes a socar algo. Esperava que fosse tudo, menos eu.
- Alfred investigou o passado de todas elas. Não tinham família ou algo parecido, velhas e no final de suas vidas.
- Quer dizer que elas não eram ninguém..?
- Sim.
- Olha, Brahms....
Digo passando minhas mãos por seus ombros.
- Você sabe.. Não é..? Isso o que você fez.. É mais do que errado, não deve fazer isso outra vez em hipótese alguma.
Seus olhos pareciam brilhar em uma leve repugnância em minha direção... Ele não poderia ter feito algo do tipo novamente... Ele não seria capaz.
- E se for... Para proteger você?
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