CAP. 29 - Odor Impregnado

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Greta:

Tento abrir a porta a todo custo, mas além de estar trancada, parecia ter um peso na frente, o qual empedia-me de tentar qualquer coisa.

- Brahms..

Falo deslizando pela porta, sentando ao chão e encostando a minha cabeça contra ela... Minhas mãos suavam frio pelo stress que acabei de passar.

Matar uma menina inocente, talvez eu estivesse cogitando demais que ele poderia ter feito isso... Mas Malcom uma vez me disse o que o próprio pai de Brahms falou sobre ele: Entranho... Muito estranho.

Era essa a descrição dos próprios pais para Brahms, não saberia se devia seguir a mesma lógica para tal boato. Eu mesma já o vi assassinar meu ex namorado sem hesitar por um segundo... E Brahms poderia ter matado Malcom sem pensar duas vezes.

E eu.. Também poderia ter morrido a algumas semanas atrás. Porém... Tudo indica pela sua revolta que ele não havia feito nada contra ela... Além disso, estava escrito apenas "desaparecida" no jornal.

- O que eu devo pensar..?

Sussurro enquanto me levanto, olhando pelo quarto de hóspedes que agora eu estava. Deveria estar feliz por ter um lugar mil vezes melhor do que aquele porão, não é?

Sim.. Mas sentia-me triste por ter deixado Brahms naquele estado... Por ter duvidado dele, por cogitar ter feito algo que já o vi fazendo.

Droga... Não consigo mais pensar nisso. Ando em direção ao prato de comida na cômoda próxima a cama, sentando-me na mesma e comendo em seguida.

O dia seria longo e tinha a impressão de que não veria Brahms novamente hoje...

Os lençóis desarrumados, objetos pessoais meus espalhados pelos cantos do quarto... Não teria como não achar Brahms estranho.

Eu já atravessei todos os avisos de perigo possíveis, quebrei todos eles. Se eu estou aqui, devo encarar isso, pois é por Brahms que me esforço todos os dias... Acho que a minha ficha não deve ter caído ainda.

Me acostumei por tanto tempo a cuidar daquele boneco que pensei que deveria fazer o mesmo com ele... Entretanto está acontecendo exatamente ao contrário.

Passo o dia arrumando as coisas do meu "novo" quarto, até deitar-me novamente na cama, mas algo estranho entra em minha mente...

O cheiro dos lençóis... Era tão forte... Parecia até mesmo ser um perfume masculino amadeirado, mas que agora era sútil pelo tempo que havia se passado ali...

Fico abaixo deles, não parando de pensar que Brahms dormia aqui antes da minha volta para esse lugar... Aquela cama estava marcada por ele.

O meu corpo começa a ficar quente pelo odor masculino no tecido... Nunca pude ficar tão perto de Brahms por muito tempo e sentir o seu cheiro, na verdade nunca prestei atenção nisso.

Mas era tão bom... Agora eu sabia a sua fragrância... Sem perceber, minhas mãos deslizam para baixo dos lençóis e começo a me tocar com aquela situação inusitada...

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now