Brahms - Conexão Fatal

CAP. 76 - Confissões Doentias

Não importava quanto esforço eu fizesse em me debater por seu ombro, Brahms não ligava para nada.

Não havia sinal de Alfred pelo saguão principal da casa, ninguém iria perceber caso acontecesse algo comigo... Já estava anoitecendo...

Os trovões lá fora ecoavam pelos azulejos e madeiras da mansão Heelshire... Brahms subia as escadas, parecendo estar indo em direção aos quartos...

Seus passos eram mais lentos quando entramos no corredor, caminhando devagar até a porta do seu quarto...

Ele abre-a em seguida, batendo com força assim que entramos no quarto... Aquele pano em meus lábios já estava ardendo minha pele.

Sou jogada na cama sem cuidado algum, enquanto Brahms me deixa ali, caminhando em direção a porta do quarto, trancando-a, e indo para o banheiro em seguida, retirando sua jaqueta de couro...

Tento rolar pela cama, tentando dar um jeito de ficar em pé. Brahms não havia amarrado os meus pés, então corro com as mãos atadas atrás de minhas costas até a porta.

Tento empurrá-la, mesmo que fosse óbvio que estivesse trancado... Estava desesperada.

Brahms sai do banheiro no mesmo instante, pulando em direção ao meu corpo. Solto um grito amordaçado.

Ele estava sem a sua camisa, poderia ver os machucados em seu braço... Aquilo deveria ter sido doloroso...

Estava sendo segurada por ele, jogada na cama outra vez, enquanto seus olhos me secavam inteiramente.

- O que irei fazer com você, Greta?

Tentava me comunicar com ele, dizendo para me soltar, apenas queria falar...

- Ah, então agora você quer falar comigo?

Brahms anda até mim, ficando com metade do seu corpo sobre o meu na cama.

- Deveria colocar você no porão outra vez. Fazer você implorar por mim.

Sua mão passa por minha nuca, arrancando o pedaço de pano de meus lábios, fazendo-me dar um grito de agonia.

- BRAHMS! Eu iria voltar! Por favor, acredite em mim!!

Digo enquanto debato meus braços contidos...

- VOCÊ TEVE OPÇÃO!

- EU SÓ QUERIA QUE VOCÊ DESSE VALOR PARA MIM!!

Grito em meio ao choro que estava engolindo... Está era a única verdade.

- MAIS VALOR DO QUE JÁ ESTOU LHE DANDO?? JAMAIS TIRO OS MEUS OLHOS DE VOCÊ, GRETA!

Seu peito suspirava cada vez mais forte, como se estivesse contendo sua raiva... As veias em seu pescoço pulsavam enquanto passava suas mãos pelos cabelos.

- TUDO ISSO PORQUE VOCÊ QUIS ME ENSINAR A DROGA DE UMA LIÇÃO!

Brahms diz enquanto soca a cama com seus punhos...

- EU É QUEM DEVO ENSINAR UMA LIÇÃO A VOCÊ!

- Quando eu disse que te amava, a última coisa que esperava era ver você saindo por aquela porta!!

Agora ele fica em silêncio, esperando o que tenho a dizer.

- Qual o problema em retirar a sua máscara para alguém que aceitou você do jeito que é?? O que você esconde por trás disto, Brahms?!? Meu único desejo era poder pelo menos sentir o que você guarda por baixo dessa porcelana!!

- NEM EU SEI O QUE EXISTE POR TRÁS DISTO!!

- ..O quê?

- EU NÃO CONSIGO! NÃO CONSIGO ENCARAR A MINHA FACE! Jamais consegui...

Então minha expressão torna-se confusa perante a ele... Uma tristeza invade o meu peito.

- Brahms.. Você não precisava ter me deixado por causa disto... Se tivesse me contado sobre esta situação antes... Eu iria entender.

- Alguma hora eu terei que vencer isto. Quantas coisas piores já fiz.. E agora deixo uma droga de máscara assumir o controle.

- Nós podemos resolver isto juntos, Brahms... Mas, por favor, me desamarre...

Seus olhos encaram o chão, mas ao invés de desatar as minhas mãos, observo-o andar até o interruptor de luz.

Em seguida, tudo fica escuro, criando uma apreensão e suspense enormes... Mesmo tentando, não conseguia enxergar nada.

- Brahms?? O que você vai fazer?

Então, escuto algo cair ao chão... Parecendo ser.. Porcelana.

- Ao menos posso deixar você sentir.

Seu corpo já estava por cima do meu... Suas mãos me erguem, desamarrando meus pulsos...