CAP. 78 - Reflexos de Inseguranças

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Acabo acordando cedo no outro dia, com as primeiras réstias de sol saindo pelas vidraças da janela.

Espreguiço o meu corpo, sentindo Brahms deitado ao meu lado, abraçando-me em seguida...

- Bom dia, Greta...

Assim que olho para sua face, ele já estava utilizando sua máscara outra vez, mas não me importava tanto com isso agora...

- Bom dia...

Digo enquanto dou alguns beijos em seu pescoço, passando minhas mãos por seu abdômen, o qual eu estava um tanto em cima...

- Sempre gostei do seu corpo...

- Sempre fui louco pelo seu...

Dou uma pequena risada em satisfação, abraçando ainda mais o seu peitoral...

- Preciso confiar em você, Greta... Não quero te perder outra vez.

Solto um longo suspiro, compreendia Brahms e suas inseguranças, mesmo que ultrapassassem um limite aceitável.

- Eu... Jamais quis fugir de você... Mas também não sabia qual era o motivo de reagir daquela forma após eu ter dito que te amava.

- Não gosto de falar sobre minhas inseguranças.

- ... Mas você pode se abrir comigo, estou aqui para compreender você...

Os dedos de Brahms passam pelos meus cabelos, como se estivesse satisfazendo-se com as minhas respostas reconfortantes.

- Talvez seja uma batalha interna.

- Bem, talvez tenha começado dentro de você, mas isso não quer dizer que tenha que vencer isso sozinho.

- Você sempre foi tão esforçada...

- E quanto a você... Sempre foi tão protetor comigo, mesmo que até demais...

Mesmo que fosse de um jeito tão assustador, que matou o meu ex-namorado...

- Não consigo não ser obcecado por você... É um preço que minha mente fez pagar.

Ao menos estava segura, porém teria que tomar cuidado com as coisas que dizia ou fazia para Brahms.

- Dizem que às vezes o maior desafio, é encarar a própria imagem refletida no espelho... Mas também é ali que encontramos as nossas maiores inseguranças, assim como a nossa maior força.

Dou um leve sorriso, ficando por cima de Brahms, fazendo-o encarar o meu rosto.

- O espelho não apenas revela a nossa aparência, mas sim a nossa relação com nós mesmos... Acho que.. A nossa alma, de alguma forma, está refletida ali.

- Sinto que existe um monstro escondido aqui em baixo... Pronto para sair, assim que ver a minha face refletida no espelho.

- Ah.. Brahms... Sei que é um grande desafio... Mas acho que é porque cada marca que temos em nossa face, seria uma história contada sobre toda a nossa vida... Mas quando senti o seu rosto... Você parecia ser o homem dos meus sonhos...

- Você deseja muito conseguir me ver, não é?

- Claro... Até mesmo sonho em como poderia ser, mas agora entendo você, entendo seus motivos.

- Obrigado, por ser paciente e ainda tentar me ajudar com isso.

- É o meu dever por amar você, não é? Veja quantas coisas boas você já fez por mim... Deu-me uma vida que jamais imaginei ter.

- Você está me perdoando tão fácil assim por tudo o que já lhe fiz passar?

- Brahms... Aprendi a muito tempo que para seguirmos em frente, é preciso deixar o passado no lugar dele... Que é o passado. Apenas.. Podemos aprender com o que aconteceu e tentar não repetir os nossos erros novamente.

- Não consigo... Mudar isso dentro de mim. Droga, eu sou a porra de um assassino!

- Você deve tentar ao menos aprender com os seus erros! Comece confiando em mim... Confie quando digo que não irei fugir de você, pois eu te amo...

Suas mãos passam por minha face, seus suspiros eram leves dentro de sua máscara.

- Está bem, tentarei.. Me conter...

- Estou orgulhosa por você tentar.

Sou um beijo na bochecha de sua máscara, com suas mãos passando por minhas costas...

- O que acha de descermos e tomarmos café na cozinha? Logo terei que sair para resolver alguns assuntos pessoais.

- Quais assuntos?

- Apenas.. Assuntos mal resolvidos. Não se preocupe.

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now