CAP. 28 - Coração Frágil

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Brahms:

- Quando meus pais forjaram aquele incêndio infeliz, EU não sabia que isso iria acontecer!!

Aquela angústia de anos se contorce cada vez mais dentro de mim, parecendo não ter fim!

- Era apenas para eles terem me protegido durante aquela forja, mas eu me assustei com o fogo e corri desesperado... Eles acharam que eu morri.

As vezes agradeço por usar essa máscara, pois assim Greta não verá as minhas infames lágrimas rolarem.

- Por que não voltou para eles...?

- Não é óbvio?? A polícia estava atrás de mim, Greta! Se eu voltasse, de que adiantaria o incêndio? Seria tudo em vão.

- Mas seus pais... Eles deveriam ter um plano, iriam esconder você. Foi para isso que serviu o incêndio.

- Não! O incêndio serviu para fingir a minha morte! Mas fiz com que ela fosse real para todos.

- Brahms...

Seus olhos eram de confusão e dor pelo que eu havia passado, mas eu não precisava de sua pena.

- EU escolhi viver assim.

- Mas não merecia ter crescido desse jeito... Como uma criança conseguiu viver naquele estado?

Suas mãos tentam se aproximar de mim, tocando o meu braço... Eu não iria aguentar sentir isso.

Afasto-me dela, indo mais para fora da porta, agora seu olhar torna-se triste, porém é melhor do que assustado.

- Eu cresci sendo forte, rápido e ágil.

- Eu preciso te perguntar, Brahms...

Aceno com a cabeça em sua direção, talvez esperando o óbvio.

- Aquela garotinha.. Você realmente a matou?

Como ela poderia pensar isso de mim?? Sinto que meus esforços em tratá-la bem são em vão!

- O que você acha, Greta? Acha que uma criança seria capaz de fazer isso com outra?

Seus pequenos olhos reviram o chão, ela estava pensando demais. Nem meus pais e nem ela acreditavam em mim! Já basta.

- Você irá ficar aqui, sozinha por um bom tempo, até pensar em uma resposta.

- Não! Brahms!! Eu..

Fecho a porta em seguida, deixando-a sem palavras dentro do quarto trancado... Mas o que ela não veria era a minha imagem sentando em frente a porta, com uma dor enorme crescendo dentro de mim...

Retiro a minha máscara, passando os dedos pelo rosto, enxugando as lágrimas quentes que rolavam ao voltar no passado mais uma vez.

Já matei tantas pessoas... Mas aquela pequena garota... Não havia sido morta por minhas mãos, mas foi o gatilho para me tornar o que sou hoje.

Não importa quanta classe eu tenha, não posso esconder que sou um assassino.

Brahms - Conexão FatalOnde histórias criam vida. Descubra agora