CAP. 48 - Minha Saída

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Viro o meu corpo para o outro lado, ignorando aquele homem à minha frente e percorrendo o caminho anterior outra vez.

Se Brahms quisesse me pegar, já o teria feito. Se esse era o seu jogo, então eu iria até o fim.

Corro com dificuldade e decido pegar outro corredor, virando a esquerda entre as madeiras, pulando algumas que estavam bloqueando o caminho.

Ter esses pontos repuxando a pele em minha perna... Era uma sensação horrorosa. "Você vai apenas se esconder" ele disse, "Não vai correr", miserável.

Não tinha ideia para onde eu estava indo... Escutava as madeiras rangerem atrás de mim, não poderia fazer nada, a não ser esperar Brahms me pegar e ver o que iria acontecer... Eu não queria isso.

Sem rumo, era como eu estava agora. Ele parecia fazer questão em andar de forma lenta atrás de mim, como se estivesse zombando da minha cara.

Deparo-me com um buraco entre as madeiras, que descia para o primeiro piso. Não havia uma escada decente para ir até lá, apenas poderia apoiar os meus pés nas madeiras pregadas nas paredes, como se fosse uma escalada.

Olho para trás e Brahms estava me encarando ao longe, esperando a minha atitude para aquela situação... Começo a descer aquilo e ouço ele vindo atrás de mim. Jogo-me contra o chão assim que vejo que a altura estava mediana, raspando a lateral do meu corpo em uma parede de tijolos.

Agora eu estava entre as paredes do primeiro andar, não sabia nada daquilo...  Totalmente perdida, quase me rendendo para Brahms.

Haviam várias opções de vãos de parede, os quais eram corredores um tanto extensos, apertados, sujos e abafados. Mas eu via que havia outra descida em um deles... E é para lá que eu vou.

Meus pés deslizam sobre as madeiras, fazendo-me cair de bruços no subsolo da mansão. Mas por incrível que pareça, eu não havia me machucado, apenas alguns arranhões.

Ouvia passos rápidos virem até a descida e logo vejo a cabeça de Brahms na abertura do buraco, entre as madeiras, encarando para mim outra vez.

Ele estava preocupado? O que havia de errado com ele? Se preocupando se eu caí, sendo que ele é o verdadeiro perigo. ELE QUEM ESTAVA ME AMEAÇANDO!

Continuo o meu caminho, já estava tão cansada... Sem saber se a minha vida dependia disso ou não... Apenas não queria parar para ter certeza de que ficaria bem. Não confiava em Brahms.

Pelos vãos das madeiras, consigo ver uma luz vindo de algum lugar. Ao olhar por eles, observo que era o porão que estava ao meu lado... Do mesmo jeito que eu havia deixado-o quando sai dali.

- Greta...

Sua voz ecoou atrás de mim, mas não olhei para trás. Eu estava com medo, não sei de onde retirava forças para continuar correndo no estado em que me encontrava.

Percebo estar passando por um lugar familiar, o qual eu não poderia esquecer. O mesmo pelo qual havia fugido com Malcom algumas semanas atrás.

Se eu estava aqui... Então mais afrente haveria uma saída para o jardim da mansão. Precisava ir até lá logo, torcendo para que a pequena abertura estivesse destrancada ainda.

Era um lugar mais apertado, repleto de madeiras que bloqueavam o caminho por qual eu passava... Parecia realmente ser uma outra casa por dentro das paredes, por ser tão extenso e desconhecido.

Então eu consigo ver ao final do corredor, a janela do porão aberta. Ela era pequena, mas eu conseguia passar com um pouco de esforço.

- GRETA!

Brahms estava vindo como um turbilhão entre as madeiras, ouvia aqueles passos correrem e atropelarem tudo o que estava por seu caminho.

Quando faço menção em pegar na janela, vejo-o fitar-me entre as madeiras finais. Isso me lembrava tantas coisas... Lembrava-me de quando fugi daqui pela primeira vez.

Mas agora Brahms não tentava me manipular com aquela sua voz ridícula de criança...

- Irá fugir, Greta?

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- Irá fugir, Greta?

Ele pronuncia enquanto caminha vagarosamente em minha direção...

- Me deixará outra vez?

Engulo em seco, pensando nos motivos para fazer isso e depois o arrependimento por ter ido embora e o deixado para trás...

- ... E então?

Brahms estava ficando cada vez mais próximo de mim... Mas a minha decisão parece ser mais absurda do que a atitude dele de levar uma faca em mãos.

Fico parada, com os punhos serrados, observando-o ficar cada vez mais perto de mim.

Brahms - Conexão FatalWhere stories live. Discover now