Observei Adrien enquanto dirigia, seus braços um pouco ralados, as lágrimas que desciam por sua bochecha, os cabelos bagunçados e o cheiro forte de álcool e cigarro no carro, abro a janela para ver se aquele cheiro some, olho em volta pelo carro e acho uma caixinha de cigarro no chão do carro, me abaixo e pego.
- por que começou a fumar? - o olhei e ele se manteu quieto - me responde!
- achei interessante - falou baixo.
- como você ficou desse jeito Adrien? - guardo a caixinha de cigarro na minha bolsa - você não era assim.
- me sinto melhor assim, pelo menos eu não machuco ninguém.
- você está se machucando! Olha só o seu estado.
- me sinto melhor assim - abaixou o tom de voz.
Reviro os olhos e observei a rua percebendo que já estava próximo de casa, passou cerca de mais três minutos e ele parou em frente a minha casa, desço do carro e espero ele descer.
- seus pais não vão com a minha cara - disse fechando a porta do carro e vindo para o meu lado.
- eu vou conversar com eles depois - arrumo minha bolsa no braço e entro dentro de casa, Adrien me seguiu e eu logo encontrei a minha mãe sentada no sofá com uma bandeja de doces a sua frente e um caderno de anotações ao seu lado - mãe! - digo animada.
Ela me olhou e abriu um sorriso, vou correndo até ela e a abraço.
- pensei que você só ia chegar a tarde.
- vim mais cedo pois estou testando novas receitas, então resolvi fazer aqui em casa para você me ajudar provando - disse sorrindo ainda.
- meu amigo pode ajudar - olho Adrien que ainda estava na porta de casa, faço um sinal para ele chegar perto e a minha mãe o olhou.
- Adrien, o que está fazendo aqui? - dona Sabine perguntou.
- ele me trouxe e vai dar uma enroladinha aqui.
Pego um dos doces e me levanto, chego perto do loiro e do para ele.
- prova - digo sorrindo.
Ele pegou o doce e logo olhou a minha mãe sentada no sofá, voltou o olhar para o doce e comeu uma parte do mesmo.
- é de morango - disse olhando a outra parte na mão - e tem algumas partes de chocolate como se fosse flocos.
- gostou? - minha mãe perguntou e Adrien acentiou.
- é muito bom, tenho certeza que irá vender muitos.
- que bom, agora eu tenho que fazer uma encomenda, querem me ajudar? - Sabine disse e veio para o meu lado.
- eu quero! - digo animada.
- eu não me do muito bem na cozinha - o loiro disse e comeu a outra parte do doce.
- eu vou te ensinando algumas coisas - o olho - ninguém nasce sabendo.
- vou ir arrumando as coisas na cozinha, e você mocinha - minha mãe colocou o dedo no meu nariz - vai trocar de roupa.
Minha mãe foi em direção a cozinha e eu olhei Adrien.
- trouxe roupa extra? Pois você irá se surjar muito.
- eu não sou desastrado.
- mas eu sou - pisco pra ele - vamos para o meu quarto pois o seu braço ainda está ralado.
Vou em direção as escadas e subi a mesma, Adrien me seguiu, abro a porta do meu quarto e deixo a minha bolsa na cama e fui até o meu closet, pego um dos meus pijamas vermelhos e coloco um robe, o que foi? Já está anoitecendo e depois disso eu já vou ir dormir.
Me visto e saio do closet vendo Adrien parado no meio do quarto.
- fica a vontade, por favor, você parece uma estátua - chego perto dele e seu olhar percorreu o meu corpo - o que achou? - giro em torno do meu corpo - comprei no Brasil.
- bonito - disse com o olhar preso no meu corpo ainda.
Fecho o robe e vou até o banheiro, pego o Kit de primeiros socorros do armário e volto para o banheiro, puxo ele para a cama e me sento com Adrien a minha frente.
- mostra o braço - digo abrindo a caixa.
Ele esticou o braço direito na minha direção, pego um algodão com álcool e passo alí nos ralados limpando, sua mão se fechou com força e seu corpo se arrepiou.
- como sua mãe morreu? - digo tentando não ficar no modo defensiva ou de ataque.
- câncer no pulmão.
- os tratamentos não deram certo? - o olhei de canto.
- não, não é isso, descobrimos muito tarde e o médico só deu alguns dias de vida a ela, ela decidiu passar esses últimos dias em casa então não foi internada, ela morreu ao meu lado. Eu lembro que estava segurando a mão dela e ela fazia cafuné em mim pedindo para eu parar de chorar, fez eu prometer várias coisas e simplesmente parou de fazer cafuné no meu cabelo, quando eu levantei o rosto ela parecia dormindo, mas não respirava mais.
- isso deve ter sido muito difícil para você.
- a gente brigava muito, mas eu a amava, e acredite, eu estava muito pior do que hoje em dia.
Fiquei quieta depois disso, passo o algodão no outro braço dele e me levanto.
- certo, passa uma água nesse seu rosto e também, usa o meu enxaguante bucal, você ainda está com cheiro de álcool e um pouco de cigarro também - falo fechando a caixa de primeiros socorros.
- obrigado Marinette.
- de nada.
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Prazer, Marinette [Em Revisão]
FanfictionMarinette Dupain Cheng é uma garota que ninguém gosta, rejeitada e excluída e acaba parando em uma brincadeira idiota, depois de tanta humilhação ela vai embora da cidade, e ela só irá voltar para se vingar de todos que a humilharam. 📢:: Essa fanfi...