Prazer, Marinette [Em Revisão]

Uma garota e um garoto

No dia seguinte eu comecei a procurar uma creche para a Maya pois agora eu tenho que começar a dar várias entrevistas, desenhar a minha nova linha de roupas e não daria tempo de ficar com ela, só espero que ela não faça birra para ficar na creche.

Acabei optando por uma escola e creche, assim se ela fizesse amigos não teria que se separar quando entrasse em uma escola.

- e aqui é onde as crianças passam o intervalo, alí ao lado é o refeitório e... - a diretora é interrompida enquanto falava comigo, ouço gritos e criança chorando - Deus, Emma.

Emma?

Ela vai até as crianças alí e eu fico olhando de longe, uma professora pega Emma que se debatia querendo voltar para o chão, percebi suas mãos um pouco sujas de sangue, a diretora vai até a criança que estava no chão chorando ainda.

- leva a Emma para a minha sala, eu vou levar a Lucy para a enfermaria - a diretora mandou e a professora saiu dalí com Emma - desculpa Marinette, você pode me dar um minutinho?

- sim, claro.

A diretora saiu dalí com a outra criança, chego perto dos baixinhos e me abaixo ficando da altura deles.

- e aí baixinhos, vocês sabem o que aconteceu? - pergunto sorrindo.

- a Lucy tava falando que o Miguel era estranho, aí a Emma bateu nela - uma menina alí falou.

- E quem é Miguel?

- eu - um garotinho de olhos verdes moreno e de óculos disse - eu sou Miguel.

Coloco a mão na cabeça dele bagunçando seu cabelo de leve.

- você não é estranho ok? É uma menino muito legal. Emma disse que você deu uma florzinha a ela, isso é muito fofo - falo me levantando - agora eu vou lá falar com a Emma.

Vou em direção a sala da diretora e vejo Emma sentada em uma das cadeiras do lado de fora, sento ao lado dela e ela virou o rosto para mim, suas unhas estavam sujas de sangue mesmo e os seus braços um pouco arranhados também.

- você deve ter estragado o rosto daquela garota não é? - digo tentando falar com ela - nossa, os seus braços vão ficar com umas belas cicatrizes depois dessa, ou não, mas se ficar, você deve ficar orgulhosa disso.

- o Papai vai me matar - disse baixo.

- não, ele não vai, talvez ele até veja pelo seu lado e fique um pouco feliz por você, mas vai dar uma bela bronca.

- como assim ver o meu lado?

- sabe, a alguns anos atrás, uma garota que tinha uns doze ou treze anos, começou a ser pertubada por um garoto e uma garota que fazia de tudo para a machucar - percebi alguém parar próximo de mim, levanto o rosto vendo o Adrien mas logo volto o olhar para a Emma - ela não tinha ninguém para a ajudar, nenhum amigo. Miguel tem você, você é uma ótima amiga - coloco a mão no cabelo dela fazendo cafuné - mas nem tudo se resolve com violência.

- o que aconteceu com a garota? - ela perguntou me olhando um pouco curiosa.

- ela se apaixonou pelo garoto que a humilhava e acabou tendo o coração partido, ficou um tempo afastada e quando voltou se envolveu com esse mesmo garoto.

- ele começou a gostar dela? - disse cruzando as perninhas como índio - ou ele continuou sendo um chato?

- eu acho que ele gostava dela, gostava tanto que a colocou acima dele e se afastou para não a machucar.

- e o que aconteceu com eles?

- bem, o garoto teve uma menina linda - aperto o nariz dela de leve e ela ri - e a garota, bem - abaixo a cabeça - ela vai casar, tem uma filha e... é feliz sabe.

- ela é feliz mesmo sem ter o chato do lado dela? - é Marinette, você foi encurralada.

- não, ela não é tão feliz agora, acho que talvez se ela tivesse feito algo para evitar que ele fosse embora ela seria mais feliz, mas sabe, erros acontecem, decisões são tomadas, e vida que segue.

Emma intercalou o olhar entre eu e Adrien logo ficando séria, ela ficou em pé na cadeira e apontou para o Adrien.

- você é o garoto chato - e apontou para mim agora - você é a garota que teve o coração machucado.

- você é muito esperta para o meu gosto - me levanto e bagunço o cabelo dela de novo, olho Adrien e respiro fundo dando um sorriso sem mostrar os dentes - acho melhor você ir falar com a diretora para a Emma ser suspensa logo.

Ele chegou próximo de mim, sua mão tocou minha bochecha logo indo para a minha nuca, ele deu um beijo em minha testa e eu fecho os olhos.

- eu me apaixonei por você no nosso primeiro beijo, só era tolo demais para perceber - disse baixo e senti seu olhar percorrer meu rosto - eu disse que vocês duas se dariam bem.

Sua mão saiu da minha nuca e ele entrou na sala da diretora, abro os olhos e me viro em direção a Emma.

- o que o Papai te disse?

- nada, não disse nada - me sento novamente.

- depois podemos ir tomar um sorvete? - perguntou animada, sorrio para ela.

- claro, claro que podemos, só se o seu pai deixar na verdade.