Não vou te deixar ir embora

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Meu corpo inteiro treme, me apóio na pia me olhando no espelho notando que estou com uma cara péssima, olheiras fortes e um pouco mais magra, com a pele mais clara que o normal

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Meu corpo inteiro treme, me apóio na pia me olhando no espelho notando que estou com uma cara péssima, olheiras fortes e um pouco mais magra, com a pele mais clara que o normal. Já faz uma semana que me afastei de Adrien e eu não consigo comer direito, simplesmente a comida não desce, sinto vontade de vomitar constantemente e só quero ficar deitada, não ando dormindo direito. Às vezes tenho vontade de chorar por simplesmente deixar um copo cair no chão e agora mal consigo pegar Maya no colo pois não tenho forças.

- Marinette, você tem 20 minutos para voltar - ouvi Adam na porta do banheiro e eu somente concordo com a cabeça.

Jogo uma água no meu rosto e enxugo com a toalha, saio do banheiro e pego as chaves do meu carro, vou sair do quarto mas Adam segurou meu braço e eu o olhei.

- o que você tem amor? Ein? - tocou meu rosto acariciando e eu senti vontade de chorar.

- nada - me soltei dele e sai do quarto.

É a primeira vez que ele me deixa sair, mas somente para levar Maya na creche e voltar. Meus pais ligaram três vezes, eu acho que consegui passar a impressão que estou bem para eles, até Charlie e Jorge eu enganei.

- vamos minha pequena - falo pegando Maya no colo que estava na sala.

Sai de casa e fui até meu carro, coloquei Maya no banco de trás e prendi seu cinto, entrei no banco da frente e liguei o carro saindo da rua da minha casa e indo até a entrada do condomínio.

- Emmla - ouvi Maya falar e meu coração doer - mama, quelo Emmla - ela parecia triste, respiro fundo e vou em direção a creche.

- eu também quero ela minha pequena, quero ela e o Adrien, quero a nossa família reunida - aperto o volante com pouca força já que eu não tinha muita mesmo.

Em alguns minutos estacionei em frente a creche, desci do carro e peguei Maya no colo, vou até a entrada e a entreguei para a tia que tomava conta das crianças. Beijei a bochecha da minha lindinha duas vezes antes de a deixar ir.

Fiquei um tempo alí tendo minhas pernas bambas e ouvi a voz da minha primeira amiga, me virei para trás a vendo junto com o Nino e Amora no cangote de Nino, Emma estava ao seu lado e eu senti meu coração diminiur aquele aperto de tristeza quando eu os vejo alí.

- Mari, Meu Deus, pensei que você havia morrido - chegou perto de mim e colocou as mãos em meu rosto - você está com uma cara péssima, o que aconteceu?

Quando percebi meu corpo não tinha mais forças e minha visão escureceu.

[...]

Acordo sentindo meu corpo quente e me sentei notando que estava na sala de Alya e no seu sofá, olhei em volta tentando entender como eu vim parar aqui e quando olhei o relógio de parede meu coração falhou todas as batidas possíveis.

Já vai dar 40 minutos que estou fora de casa, Adam me permitiu somente 20! Puta que pariu!

- já acordou, que bom - ouvi a voz de Alya e olhei para trás a vendo um pouco séria - você desmaiou, e optamos por te trazer aqui em casa pois parece que não anda comendo direito.

- Alya - falo seu nome baixo e me levanto - cadê as minhas coisas?

- por que?

- eu vou embora - a olhei tentando me manter séria, mas dentro de mim meu coração estava a mil.

- você não vai embora.

- claro que eu vou! - vou até a porta mas Alya entrou na minha frente - Alya...

- eu não vou te deixar ir, você some por uma semana e olha só como já ficou! Você não está bem! - disse autoritária.

- eu vou embora sim! - meus olhos começam a marejar, vou passar por ela mas seu braço entrou na frente - Alya! Eu tenho que ir!

- eu não vou simplesmente deixar você ir nessa condição! - ouvi a porta ser aberta e logo a voz de Nino.

- chegamos com as coisas que pediu Alya! - levantei minha cabeça e imediatamente encarei dois orbes verdes.

Meu coração não sabia se acelerava ou parava agora, só sei que consegui passar por Alya e quando cheguei perto do loiro meu corpo ficou sem forças e eu segurei em seus braços ficando quieta por um tempo até conseguir me equilibrar novamente. Levantei minha cabeça o olhando séria.

- Eu tenho que ir embora - por favor, eu não posso perder Maya.

Minha esperança era que Adrien notasse que não era uma escolha ir embora, sim uma necessidade, mas parece que ele não notou. Seu olhar foi de perplexo para sério em questão de segundos e eu notei que ele não iria me deixar sair daqui.

Respiro fundo e o soltei indo para perto de Nino, ele também estava sério e depois olhei Alya, todos estavam sérios e decididos. Senti uma lágrima descer pelo meu rosto e a ideia de não ter mais a minha pequena perto de mim cresce, e eu juntei todas as minhas forças para correr até porta mas senti o braço de Adrien passar pela minha cintura me prendendo.

- me solta! Eu tenho que ir embora! Me solta Adrien! - Nino fechou a porta e trancou - ME DEIXEM IR! POR FAVOR!

Começo a chorar e Adrien me solta, a chave já saiu da porta e Nino guardou em seu bolso. Me afasto deles indo até o sofá e comecei a andar de um lado para o outro, coloco as mãos em minha cabeça e soluço, abraço meu corpo abaixando a cabeça.

- podem ir, eu do um jeito aqui - ouvi Adrien falar baixo e eu me sentei no sofá novamente sem forças.

Tirei meus sapatos com meus próprios pés e me encolhi no canto do sofá abraçando minhas próprias pernas, o loiro veio para perto de mim e se sentou ao meu lado, nós ficamos quietos por um tempo.

- não podemos te deixar ir embora sabendo que você não está bem, se em uma semana você ficou desse jeito, imagina em duas, três, um mês. Mari, não queremos te ver mal - disse não me olhando.

- s-se estão fazendo isso porque gostam de mim então parem, e-eu... - respiro fundo e o olhei tentando não demonstrar meus sentimentos - eu te odeio com todas as minhas forças, você é a pessoa mais idiota do mundo.

- você dizendo que me odeia é o suficiente para a minha depressão se manifestar novamente - me olhou e deu um sorriso de leve - não precisa mentir para mim, eu sei seus sentimentos, você não consegue esconder eles de mim nem mesmo se tentar.

Abaixo minha cabeça e logo vi seu celular a minha frente, ligado e desbloqueado, tinha uma foto minha, de Emma e Maya como fundo, quando ele tirou essa foto???

- liga para o Adam e avisa que está na casa de uma amiga, se ele estiver te esperando para fazer uma surpresa é melhor cancelar - disse e riu baixo deixando um sorriso em seus lábios.

Peguei seu celular apoiando minhas mãos em minhas pernas, disquei o número de Adam com as mãos trêmulas e Adrien se levantou acho que indo para a cozinha. Coloco o telemóvel perto de meu ouvido e tocou cinco vezes até atender.

- Alô.

- Adam - respiro fundo - desculpa não ter voltado no horário.

- onde está e com quem está?

- na casa de uma amiga, eu passei mal e ela me trouxe para cá - fecho os olhos e abaixo a cabeça.

- quero você em casa.

- não dá, ela não deixa eu sair daqui até eu comer - o ouvi respirar fundo e acho que bater em alguma jogando no chão de raiva.

- onde mora essa amiga?

- no mesmo condomínio que a gente, uma rua abaixo.

- olha aqui, você tem até nove e meia para estar em casa, se não eu vou aí na casa da sua "amiga" e te arrasto pelos cabelos! - desligou a chamada e eu olhei o horário no celular de Adrien.

07:56, tenho até 09:30 para estar em casa, ok, você consegue comer Marinette, você tem que conseguir.

Prazer, Marinette [Em Revisão]Where stories live. Discover now