Prazer, Marinette [Em Revisão]

Mandado de busca e apreensão

Adrien acabou dormindo sentado na poltrona ao meu lado, acho que ele estava muito cansado de tudo que aconteceu em um dia só, e já está anoitecendo agora, então é melhor deixar ele descansar mesmo. Esse homem é surreal, é difícil de acreditar que é o mesmo garoto que me fez tão mal a anos atrás, e até hoje eu não disse que o desculpo, que irônico não é? Tenho dois filhos com ele mas ainda não o desculpei, mas ele já está perdoado a muito tempo.

Meus pais vieram enquanto ele dormia, me deram bronca por eu não ter me cuidado, se eu tivesse coragem falaria para eles o que aconteceu por eu não ter me cuidado direito, mas eu queria ter recebido a notícia que eu estava grávida no começo da gravidez. Pedi aos meus pais também para comprarem coisas para o Hugo e o Louis enquanto eu estou no hospital com o meu cartão, e eles me disseram que amanhã a Charlie vem me visitar junto com o Jorge, que bom, estou com saudades deles também.

Ainda não contei a Adrien sobre o motivo dos meus braços estarem enfaixados hoje mais cedo, e acho que ele nem notou que trocaram as faixas. Mas sabe, tem uma hora que só os arranhões não fazem eu conseguir me acalmar, tem uma hora que a dor física se torna algo insignificante diante a dor emocional, tem hora que a faca de cozinha se torna a sua melhor amiga...

[...]

Acordei sentindo um cafuné em meu cabelo, abri os olhos vendo Adrien ao meu lado.

- bom dia - falo baixo fechando os olhos novamente.

- bom dia amor - meu coração fica quentinho quando ele me chama assim - tem dois seres humaninhos que vieram dividir o quarto com você.

Abri os meus olhos novamente e olho para o meu outro lado vendo as duas incubadoras que estavam Hugo e Louis, me sentei na maca e os olhei dormindo, Louis tinha o dedo na boca e Hugo estava todo espreguiçado como se fosse um macaquinho, acho que já achei um apelido para ele.

- a médica disse que você pode tentar amamentar eles direto do peito se quiser, mas se não conseguir é para chamar a enfermeira para trazer o copinho para ajudar.

- você acha que eles conseguem? - olho Adrien.

- eu não sei, temos que ver.

- pega o Louis primeiro dessa vez.

Ele concordou com a cabeça e deu a volta na maca indo até a encubadora que tinha o papel escrito "Louis", o pegou e trouxe para mim. Peguei o pequeno no colo apoiando seu corpo no meu braço, Adrien chegou perto de mim e me ajudou a abaixar a roupa de hospital que eu usava.

- Monica também disse que ainda essa semana vocês três terão alta, e, você vai ter que tomar remédios por um tempo, tomar algumas vitaminas, e ir ao médico pelo menos uma vez ao mês - o loiro disse se sentando ao meu lado.

- eu não estou conseguindo focar em muita coisa, vou acabar esquecendo disso tudo - falo ajeitando meu seio em Louis para ver se ele consegue beber.

Aaaaaaa as mãoszinhas dele estão no meu peito, são tão pequenininhas, dá vontade de morder.

- eu vou estar lá com você - olhei Adrien - não irei deixar você esquecer, logo logo você estará melhor.

- espero que eu esteja mesmo - acaricio o rostinho de Louis com cuidado e sorrio - eu acho que ele está bebendo.

- isso é bom, será que Hugo também consegue?

- daqui a pouco eu pego ele e veremos se ele consegue.

- sabia que eu te acho muito bonita? - ele solta do nada e eu sinto minhas bochechas esquentarem.

- obrigada - falo baixo.

- eu já disse isso a você alguma vez na vida? É porquê eu posso ficar horas te observando e não me canso.

- eu também te acho bonito - mantenho o tom de voz baixo com um pouco de vergonha.

Passou alguns minutos e Louis pareceu não querer mais leite, ele coçou os olhinhos e abriu me olhando, bocejou e fechou de novo.

- ele tem olhos verdes - falo sorrindo.

- que nem os meus então.

O loiro se levantou e chegou perto de mim pegando Louis do meu colo, arrumo minha roupa para abaixar o outro lado da roupa mas olho Adrien e notei que ele estava sério, desfaço meu sorriso ficando confusa.

- o que foi?

- depois que você ter alta, o que vai querer fazer? - perguntou colocando Louis na incubadora novamente.

- bem, eu realmente gostaria de voltar aos poucos negócios de moda e... - fui interrompida.

- não, estou falando de nós dois - abaixou a cabeça e voltou a se sentar onde estava - o que vai querer fazer?

Fazer? Como assim? Eu não sei, eu não pensei nisso antes.

- Adrien, eu nã... - interrompida novamente, mas dessa vez foi pela porta abrindo.

- Senhor Agreste, Senhora Dupain - meu sobrenome?

Olho em direção a porta vendo a policial de ontem, me encolho um pouco a olhando.

- bom dia Senhora Luna - Adrien simpático, mas Luna (segundo o loiro) não tinha uma das melhores caras.

- bom dia Agreste. Fomos até a casa sua Senhora Dupain, encontramos o caderno e já está na mão de especialistas, começamos um mandado de busca e apreensão de Adam Miller mas parece que ele sumiu do mapa.

- quer dizer que ele está solto? - pergunto baixo.

- iremos por seguranças com você Marinette, não sabemos quando que ele irá aparecer, mas se ele estiver de carro ou se der entrada em algum aeroporto será preso na hora.

- droga - Adrien disse abaixando a cabeça - pensei que finalmente ela ia ter paz em algum momento da vida dela.

- logo logo ele será preso, então precisaremos do seu depoimento Marinette, e se tudo o que está escrito no caderno for verdade ele com certeza será preso.

- ele pode pagar fiança e ser solto - falo baixo - ele é rico e pode muito bem fazer isso.

- fianças só são permitidas em prisão temporária, se ele receber por exemplo 20 anos de prisão, não tem essa opção de fiança.

- do mesmo jeito, o tempo que ele estiver solto pode vir atrás de mim, da gente, agora eu tenho mais duas vidas em risco e duas vidas para cuidar - falo sentindo meus olhos marejarem - eu não posso simplesmente deixar que ele chegue perto de mim agora. Quando isso tudo começou era só comigo, só eu, ele nunca tocou em um fio de cabelo da Maya para a fazer mal, mas se agora ele sabe que eu tive minhas duas crianças e que não são dele, ele não vai ligar de não machucar a Maya também, estamos em constante perigo, eu não posso... - sinto meu corpo ser abraçado forte e percebo que estou com falta de ar e havia lágrimas pelo meu rosto.

- ei, calma, você vai começar a ter uma crise de ansiedade se continuar falando desse jeito - Adrien disse fazendo cafuné no meu cabelo.

Retribuo o abraço dele tentando controlar minha respiração, fecho os olhos apertando sua camisa forte sentindo minhas mãos trêmulas.

- melhor eu chamar uma enfermeira - Luna disse e Adrien a olhou.

- não precisa, ela já está melhorando.

- não quero que o Louis, o Hugo, nem a Maya sejam postos em perigo - digo baixo ainda abraçando Adrien.

- vocês ficaram na minha casa, e ele não irá mais ver vocês tá, não vou deixar ele chegar perto de vocês.