Nicolas recebeu o seu sogro, permitindo que lhe desse uma olhada mais, analisando-o cuidadosamente. Serviu o café feito pela manhã, ajudaria a terminar o pouco que havia feito para que Denis não o bebesse ao acordar.
— Como estão as coisas? — perguntou.
— Se eu puder dizer... — respondeu com a garganta repentinamente seca — Assustadoras.
— Essa crise, com ítalo. Foi o marido dele, no dia seguinte ao casamento de Guido?
— Não. Foi outra coisa — garantiu rapidamente. — Oli nunca faria algo pra machucá-lo — garantiu.
— Nico, com quem está falando? — perguntou Denis abrindo a porta do quarto e deixando os animais escaparem para fazer festa e correr pela casa, esquecendo-se que tinham outros hóspedes. — Pai! Nico, que horas são?
— Muito cedo, tenho certeza que Ítalo ainda está dormindo.
— Vim o mais cedo possível — declarou seu pai, levantando-se de braços abertos para quem buscou refúgio. — Pode me dizer, agora, o que aconteceu com o Ítalo? — pediu carinhosamente com o polegar lhe secando os olhos recém despertos.
— O cara, de quinze anos atrás — especificou. — Está preso. Está preso e... E Ítalo o reconheceu, na delegacia, e ele se sentiu mal, na praça... Está internado, desde então, e eu... Está piorando... Não quer ver ninguém, nem os médicos, nem...
— Aquele político? Como é mesmo o nome dele...
— O senhor sabe? — questionou Nicolas tão intrigado quanto Denis.
— Passou no plantão, no dia da prisão — escutaram Guido da porta do quarto de hóspedes —, e no jornal da tarde e da noite. Kelson disse pra eu esquecer porque estava errado, mas parecia o uniforme da escola de vocês, antes de nos conhecermos. ítalo... É verdade? — perguntou apreensivo.
— Pérola — chamou Kelson.
— Não, que quero saber — repeliu-o. — Era isso, Denis? Que escond...
— Eu sinto muito, Guido — respondeu Denis sem coragem de olhá-lo. — Nos desc... Me desculpe — admitiu.
— Isso não importa agora — reconheceu —, mas sim como o Ítalo está. Está tão mal quanto falou? Eu quero vê-lo, quero...
— Ele vai piorar, se o obrigarmos a nos receber — declarou ainda de olhos baixos. Gostaria de ter tanta ajuda quanto voluntários, porém a realidade era outra...
— O que vamos fazer é o seguinte — elaborou o senhor Pajot. — Eu ficarei com Ítalo enquanto vocês descansam. Guido e Kelson, voltem para a casa de vocês.
— Mas... — protestou Guido.
— Não, Guizo. Vocês precisam voltar para casa, e trabalhar. Não há muito o que possam fazer. E você, Denis, está esgotado. Eu lembro como era, e já me aposentei. Vocês dois ficam e descansam enquanto passarei o dia de hoje com Ítalo.
— Certo, eu o rendo à noite — concordou Denis.
— Não, não irá. Poderá ir amanhã, no horário de visitas. Eu serei o acompanhante do Ítalo.
— Não precisa, eu posso fazer...
— Eu quero fazer isso. O marido dele ainda está dormindo?
— Oli está no hospital, já que Denis veio para casa — explicou Nicolas. — Mas Ítalo não... não quer vê-lo, ou falar com ele. Apenas com Denis — lamentou.
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Até Onde Posso Alcançar...
RomanceAVISOS - Este livro contém gatilhos de abuso sexual, violência, álcool e distúrbios alimentares. Por favor abandone-o caso não se sinta confortável no decorrer da leitura. [ tipo: menções ] - Este livro contém trechos eróticos, que estarão sinalizad...