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Os dias estavam desgastantes, acalmando Denis com a medicação para dormir quando diagnosticado com o estresse prolongado de um luto prolongado. E, ao final do dia, depois do mais novo dormir, Nicolas sentava-se com Uny nos joelhos para acalmar a si mesmo enquanto conversava com o amigo.

— Oi. Como você está? — Oliver indagou na linha.

— Eu... consigo fazê-lo comer algumas vezes, e o coloco no banheiro pra ver se acontece alguma coisa, mas... — relatou Nicolas.

— Não, não o Denis. Como você está, meu amigo?

— Eu... Tenho medo, Oliver — confessou. — Tenho que dizer que... Denis me preocupa.

— Vai passar — garantiu otimista. — Esta sendo difícil, mas ele ficará bem. Vocês dois ficarão.

— Mas... Ele quase não se move, e mesmo sem medicação ele passa o dia deitado —  insistiu frustrado. — Conversamos pouco antes que ele comece a chorar sem motivo algum!

— Ele tem motivos, Nico... — suspirou. — Nada novo, mas... ele tem.

— Acho que é quando se lembra — mencionou acariciando atrás das orelhas de Uny. — Eu só queria... saber o que se passa na cabeça dele. Se ele realmente lembra ou não, pra saber o que fazer...

— Confirme, sempre que possível, o que aconteceu.

— Não posso fazer isso com ele.

— Ele precisa disso.

— O que quero dizer é que... — Respirou fundo. — Oliver, tenho medo que passe a se sujar.

— Não precisa ter medo disso. Basta... contratar uma enfermeira, talvez.

— Não, não é isso. É só que... se ele se sujar e notar, terá uma noção do próprio estado, e não sei como ele vai reagir a isso.

— Acha que o Ítalo pode ajudar?

— Acho que qualquer coisa precisa ser tentada.

— Certo, vamos deixá-lo com os irmãos então. Ver o que acontece.

— Obrigado, Oliver.

Visitaram no domingo, levando Guido deixaram-no sozinho ao se juntarem na varanda. Era bom contar com todos, e Nicolas parecia se acalmar quando não era Oliver o único a quem confiava as lágrimas. Em breve teria as duas crianças, que teriam um dos pais instável, além dos animais de estimação, e abusaria de toda a ajuda prometida ali. 

Guido e Ítalo sentaram-se com Denis que ajoelhado nas cobertas roía as unhas de uma mão enquanto olhava a outra mão aberta alisar o revestimento da cama. Tentaram lhe chamar a atenção, estalar os dedos na sua frente e fazê-lo focar em algo, no entanto a mente do outro estava dispersa demais para percebê-los ali.

O mais novo aproximou uma mão da outra, deslizando e esperando uma reação quando Denis a pegou com delicadeza, analisando os longos dedos e o pulso. Ítalo estalou os dedos diante dos seus olhos novamente até que fosse visto.

— Ei Denis, tudo bom? — Ítalo chamou.

— Íta... Ítalo Minete... — Denis falou.

— Isso, sou eu — sorriu satisfeito. — Como está?

— Não vi o pai. Quando ele te trouxe?

— Denis...

— A minha mão está estranha, olha. Estou... mais magro... Os dois polegares estão no mesmo lado... O que aconteceu com...

— Eu... eu já volto, Denis — avisou com a mão do ombro de Guido, um aviso.

Chamou Nicolas, dizendo que Denis estava estranho, lotando o aposento onde o outro morador jurava que o braço de Guido, que segurava, era o seu.

Até Onde Posso Alcançar...Where stories live. Discover now