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Decidido a organizar os sentimentos parou de responder e Ítalo não demorou, e pediu ao mais velho que não o deixasse usar medicação até o noivo chegar. Queria — precisava — estar em alerta, e não ser um fardo independente da notícia que fosse.
Cansado e aliviado Kelson sentou no sofá com Guido sentando de imediato ao lado, preocupado com o futuro do relacionamento, às portas do casamento, puxou a mão longa e esguia para os seus joelhos.

— Explica. Por favor — Guido pediu.

— Vê algo de diferente? — questionou.

A análise foi rápida e cuidadosa antes de responder ainda confuso e inseguro.

— Não! O que... eu deveria ver? — estranhou sem cessar a busca.

— Os óculos — respondeu. — As dores de cabeça... Eu achei que era um tumor e Oliver foi comigo ao médico hoje. É apenas miopia, por isso me sentia mal... — contou aliviado.

O encarou se afastando devagar e soltando sua mão. Virou-se de costas momento, com os pensamentos em labirinto de tudo o que havia acontecido naquela semana, antes de avançar com golpes onde acertassem. Kelson escondeu-se atrás dos próprios antebraços defensivo aos tapas nem fracos nem fortes, mas de unhas afiadas e cortantes.

— Achou que tinha um tumor, no cérebro e invés de falar você... Desgraçado egoísta! Babaca! — gritou. — Eu... poderia ir com você, cuidar de você! Por que fez isso? Por quê? Por quê? — exigiu Guido.

— Calma, pérola — pediu. — Eu não queria preocupá-lo... — Kelson pediu.

— Pérola seu cu!

Ítalo não fez menção de para-lo ao tempo que Oliver se preocupava com a situação na qual tinha sua parcela da culpa, por esconder também esconder de ambos o que vinha fazendo. Culpa suficiente para Guido avançar contra ele, fazendo Ítalo se colocar na frente do marido.

— Desse inútil eu cuido, Jeon Guido — garantiu com a mão levantada para o parar. — Resolva suas coisas.

Guido bufou revoltado, acertando o noivo sem perceber os braços cansarem ou Oliver respirar aliviado por não ter que lidar com aquilo.

— Obrigado — Oliver agradeceu.

— Obrigado? Obrigado? Vamos embora agora, Oliver Justi! — exigiu Ítalo.

Saíram ao tempo que Kelson atravessava uma ferina barreira secando lágrimas frustradas com beijos. Uma vez no carro Ítalo não tocaria no marido, o que não significava que pouparia gritos quando o carro saiu.

— Tem ideia do que fez? — gritou tão logo a porta foi fechada. — Do que poderia ser? Pensou como ele ficaria? Não meta-se nessas coisas! — ordenou.

— Ele pediu ajuda, querido — explicou.

— Querido o caralho, Oliver! Se fosse você, esconderia de mim também? — interrogou. — Me deixaria saber depois de morto? Guido enterraria Kelson sem nem saber porque!

— Ele não está doente, querido — tranquilizou-o. — Não vejo porque você está assim.

— Acha que estou exagerando! — acusou. — Pare o carro.

— Não!

— Pare agora, Oliver Justi.

— Se o que você quer é descer, eu-não-paro, Ítalo-Minete!

— AHHHH! Que raiva de você!

Cruzou os braços, contrariado. O silêncio tomou seu espaço até chegarem ao destino. Ítalo não descera no trajeto, como Oliver imaginou ao se recusar parar, sem mais gritos e sem mais censuras, querendo que entendesse sem riscos de acidente. Agora conseguiria acalmar o mais velho alisando seus braços.

Até Onde Posso Alcançar...Opowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz