Nicolas se manteve apreensivo nos últimos minutos da viagem, quando Denis deu sinal de que acordaria, não sendo diferente quando o avião iniciou a descida tocou o chão terminando por acordá-lo, então abraçou-lhe a cabeça sabendo como estava nervoso e se lembrava rápido de onde estaria depois de um trajeto de mais de 12 horas.
— Sh, Denis. Está tudo bem, tudo bem — Nicolas tranquilizou-o, ou tentou. — Não estamos mais no ar. Já aterrissamos.
Ainda assim a sensação da descida era presente e o deixou mais alerta ao sentir o freio no fundo do estômago, zonzo mesmo de os olhos fechados, a pressão em queda e apreensivo, até que não houvesse nada que pudesse ser feito além de ficar inconsciente. Era a última viagem da aeronave, sem necessidade de o veículo fazer nova conexão. Então a tripulação permitiu que permanecessem algum tempo mais enquanto adiantavam a organização da nave.
Nicolas colocou um pequeno comprimido sob a língua de Denis, para que se dissolvesse e subisse a pressão o suficiente para acordar. Alisava a bochecha do mais novo com o polegar até que desse sinal de recobrar a consciência.
— Ei, está acordado? — questionou Nicolas.
— Nico, eu vou... vomit... — avisou Denis.
Apressaram-se em pegar o pacote de resíduos antes do estômago acalmar e então foi carregado para fora, colocado no chão apenas ao saírem dos corredores. Uma vez no local de desembarque a esposa de Tarcísio lhes acenava, e o filho correu para abraçar as pernas de Ítalo, o amigo preferido que conheceu no casamento.
Oliver ajudou-o a colocar a bagagem na van alugada, deixando que Denis, mais desperto, entrasse antes para descansar mais. O motorista que conhecia as ruas ali verificou o cinto da esposa e filho ao seu lado, antes de partirem.
— Fizeram um bom voo? — Tarcísio perguntou.
— Não. — Sim.
— falou Denis. — disse Ítalo.Riram um momento.
— Como você está, Denis? — preocupou-se Tarcísio. — Precisa de algo pra enjoo, ou alguma outra coisa?
— Ele acordou assim que o voo mergulhou — respondeu Nicolas.
— Deve ter sido assustador... — concordou. — Mas está melhor agora, não é?
— É, Nicolas ajudou — Denis esclareceu. — Mas não virei te visitar tantas vezes.
— Tudo bem, podemos ir para o Brasil mais vezes. Meu filho adorou...
Uma vez que falavam o idioma natal, mantinham a criança e a esposa de fora da conversa, conversando entre si na língua que pouco entendiam.
— Podemos dar uma volta, se quiserem — Tarcísio sugeriu.
— Vamos sim, mas depois de descansar um pouco — decidiu Nicolas.
— Sim, vamos deixar as coisas no hotel — concordou Ítalo — , e comer algo.
Kelson tinha as mãos nas de Guido, observando com ele a paisagem tão diferente, encantados o suficiente se olharem sorrindo no seu próprio mundo quando viram, entre dois prédios, um campo florido, e se olharem novamente ao verem os arcos das pontes iluminadas enquanto anoitecia.
Oliver passou o braço pelo ombro de Ítalo, lhe agitando os cabelos até ser pedido que parasse, e Tarcísio olhou-os pelo retrovisor novamente, vendo que Nicolas ainda aninhava um Denis pálido e enjoado, o casal mantendo-se de olhos fechados para a respiração um do outro.
Sabendo que as coisas estavam bem, Ítalo e o marido não descansaram até ouvirem as batidas na porta e atenderem Guido, e felizmente não haviam sido interrompidos depois de marcarem um horário, mesmo que agora estivessem atrasados. Ítalo pendurou-se no ombro de Oliver, ao descer de elevador, descansado como nunca antes. Tarcísio levou-os a um restaurante nas redondezas, onde Ítalo teve oportunidade de exibir seu inglês quando à mesa era o mais fluente, depois do amigo que morava ali há mais tempo.
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Até Onde Posso Alcançar...
RomanceAVISOS - Este livro contém gatilhos de abuso sexual, violência, álcool e distúrbios alimentares. Por favor abandone-o caso não se sinta confortável no decorrer da leitura. [ tipo: menções ] - Este livro contém trechos eróticos, que estarão sinalizad...