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Finalmente tinham um tempo a mais juntos, depois de perderem três finais de semana na casa dos senhores Campos, tendo a companhia do filho enfermo, que preocupava mais a mãe. Por pouco os dois jovens não foram afastados para que passassem ali também as semanas de recuperação, quando o plano de saúde notificou o pai de Nicolas do serviço realizado.

Ao voltar a sala de aula barganhou para conseguir permissão de fazer a avaliação de segunda chamada, e, por mais esgotado que estivesse, Denis o acompanhava, no carro em que Oliver os fazia se arrepender, toda noite, de brincarem bêbados no banco de banco do parque. E, ao final das aulas, descansavam exaustos.

Sem descanso, mesmo com aquele tempo extra, agora podiam olhar folders de casas a venda e mesmo que Denis dissesse que poderiam se manter em de aluguem em um apartamento — desde que não fosse lembrado com tanta frequência que estavam no alto. Todavia Nicolas ainda insistia que a casa deles deveria ser totalmente confortável, e que uma casa seria melhor para os dois animais de estimação que tinham.

Mesmo após as seis semanas a perna doía no local da ferida, e mantinha-a espichada no chão da sala ao lado do zeloso namorado que a tinha sobre as pernas. Neon III e Uny brincavam com a agitação comum dos filhotes, e haviam reduzido as opções a apenas duas residências, modestas mesmo que pudessem ter ajuda financeira, com a dúvida quando uma delas tinha pouco espaço construído, deixando a área externa ainda maior.

— Somos apenas dois, Kumiho — falou Denis novamente. — Não vejo sentido em ter mais paredes, mais quarto, e mais chão pra limpar. Um nosso, e um de visitas está de bom tamanho — Denis protestou.

— Vai colocar quatro em um quarto? — observou Nicolas imaginando o futuro.

— Podemos dormir na sala se hospedarmos os quatro... — suspirou cansado daquilo.

— Ou podemos ter três quartos — insistiu. — E podemos não ser apenas nós dois para sempre...

— Pra quem tem ataques de ciúme você parece muito à vontade pra considerar um relacionamento a três.

— Não! — falou irritado, deitando-se no piso. — Seu idiota...

Denis preferiu rir silenciosamente para não aumentar a provocação e Nicolas tirou o folder das suas mãos, fingindo comparar os dois pela enésima vez. Passou o braço pelo do namorado, que dobrou o cotovelo apoiando-o e deitou a cabeça no ombro do mais novo como faria ao implorar.

— Vamos ter um bebê? — perguntou Nicolas.

— Nós temos dois bebês — Denis observou.

Nicolas rolou sobre ele quando riu, e beijou a boca sob os olhos que tanto gostava.

— Quero filhos nossos, Denis.

— Temos filhos. Mesmo que você seja o bisavô-padrasto do Neon III ainda temos Uny.

Aproveitou que Nicolas havia saído de cima para levantar-se. Ainda tinha a semana seguinte para preparar, e seguiu para o guarda roupas ver qual camisa começaria a semana para a calça que usaria na maior parte dos dias. Seguindo-o o namorado jogou-se na cama para assisti-lo.

— Sério, rim. Nunca pensou em ter um bebê? — perguntou Nicolas sentando-se também no móvel.

— Talvez — respondeu. — Não seriamente, acho...

— Sempre achei que eu não quisesse — falou —, mas agora, comprando nossa primeira casa... Quero ter um filho com você, Denis — declarou.

— Podemos comprar uma ave ou um peixe — sugeriu voltando a guardar o que não tinha intenção alguma de usar naquela semana. — O que acha?

Até Onde Posso Alcançar...Where stories live. Discover now