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No final da semana seguinte tomaram o café da manhã juntos e com calma, com Nicolas ajudando-o a preparar uma pequena mala. Enquanto o mais novo colocava apenas o essencial, o mais velho achava mais e mais espaço para coisas desnecessárias que sabia que o namorado gostaria de ter à mão.

Tudo pronto para partir abraçou quem decidiu esperar seu retorno, sentindo o frio do final do outono.

— Lembra de não deixar Neon III sair depois de comer. Ele vai correr e acabará vomitando... Ah, esqueci de verificar se temos o antialérgico do Oliver, caso ele traga Ítalo pra passear aqui — Denis lembrou.

— Vai ficar fora apenas um dia. Ficará tudo bem, vá logo — apressou-o Nicolas.

— Tem certeza que não quer vir? Posso esperar você se aprontar. E mesmo sendo um evento do trabalho...

— Eu estou bem! — garantiu. — E não quero deixar Neon III e Uny sozinhos por mais de um dia.

— Que pai zeloso... Tem certeza que vai ficar bem? Esse evento acontece uma vez por ano e eu gostaria de te apresentar. Não vai ficar enciumado por sair sem você?

— Eu te amo, e mesmo sendo por horas, sentirei saudade, sim. Todas. Portanto deixe o telefone ligado — sugeriu. — É o seu primeiro evento lá, posso ir nos outros.

— Certo, o jantar será às 18 horas, então devo sair de lá no máximo as 20 horas. Desculpe perder o almoço com você, mas a viagem...

— Sei, são horas até o clube. Pare de se preocupar...

— Devo estar de volta quase meia noite, no máximo.

— Certo, Cinderella. Estarei aguardando.

— Ah, pode colocar a carne pra descongelar, pra amanhã, por favor?

— Claro que sim. Fica calmo, Denis! Só estará fora da cidade por algumas horas. Com um monte de engravatado, mas só algumas horas... Agora pare de se preocupar e vá.

— Nicolas...

— O que foi agora, meu rim?

— Não poderei ir se continuar me abraçando...

Riu do mais velho, afastando-se com um beijo estalado antes de se aconchegar mais no próprio casaco e acenar com as chaves tilintando, entrando no carro e partindo. Logo, enfrentava o previsto de três horas de viagem quando na verdade a distância era de pouco mais de duas horas. Mas queria ir com calma e tranquilidade por serem poucas as vezes que dirigiu em estrada. Pela chuva pesada que surgia chegou à Venda Nova do Imigrante em quase quatro horas, e assim que estacionou no clube espichou-se, despertando fora do aquecedor do carro.

Não demorou a ver alguns conhecidos que foram à empresa, e Tarcísio foi até ele assim que entrou, e viu alguns estrangeiros ali, falando inglês ou seus idiomas nativos com seu grupo. Sentiu-se um pouco intimidade em um evento grande, entretanto excitado em poder explorar a nova experiência, principalmente por não se preocupar com Nicolas ali.

— Há muito tempo vem nessas reuniões? — questionou Denis.

— É. Assustadora a quantidade de pessoas interessadas em negócios no exterior, não é? Vem, vou te apresentar pra algumas pessoas — Tarcísio convidou.

Esperou o intervalo da primeira apresentação para engolir algo no coffe break do mezanino, afastando-se de Tarcísio que tinha mais do que fazer além de ser sua babá, e pegou o celular.

Denis
Você não imagina o tamanho disso!
Tem muitas pessoas de fora,
e são muito diferentes!

Nicolas
Que bom que está gostando!
Estamos os três morrendo
de saudades, já.
Foi boa a viagem?

Até Onde Posso Alcançar...Where stories live. Discover now