Oliver pousou a mão no pescoço magro tentando pensar no que poderia ter acontecido depois de notar a pulsação arrítmica. Guido havia comido ao menos um pouco no dia anterior então não achou que fosse a privação do alimento quando já havia suportado períodos maiores em jejum, passou as mãos nos cabelos escuros a procura de algum indício de ferimento. Então sentou-se aliviado sobre os tornozelos.
— O que é? — questionou Denis.
— Ele está bem — declarou. — Não, não está. Mas está bem por estar em um hospital.
— Explica direito! Ele vai ficar bem ou não? — exigiu.
— Ele não comeu nem bebeu nada desde que Kelson caiu, de manhã. Com a saúde tão ruim ele desidratou mais rápido que a gente. Se ficar no soro por algumas horas, ficará bem.
— Só isso?
— Sabe que não sou médico, não é? — retrucou. — Ah, aí vem ela.
— Você é estudante de medicina? — perguntou a mulher se aproximando e verificando os batimentos depois que enfermeiros colocaram Guido em uma maca.
— Não. Apenas filho.
— É bem atento ao trabalho de seus pais, não é?
— Um pouco, sim — confirmou.
Saíram do caminho para que as rodas levassem o leito para dentro do quarto que ocupavam, e conectado ao soro Guido permaneceu inconsciente ao lado do namorado ferido.
— Pode cuidar da documentação, Nico? — Oliver pediu.
— Claro! — respondeu Nicolas.
— Eu o ajudo com isso — Ítalo falou.
Denis os viu sair do quarto para cumprir a tarefa e Oliver se aproximou do leito de braços cruzados, observando o sono e tocando o pescoço do amigo para verificar a possível febre.
— Obrigado por cuidar de nós — agradeceu.
— Preciso que Ítalo esteja bem — afirmou —, prometi. Ele é tudo o que eu preciso, então...
— Mas não é sobre ele — interrompeu.
— Se Kelson não estiver bem então Guido não estará bem, e então ele, ou você e ele, dá no mesmo... Não estarão bem. Então é, sim, sobre ele — respondeu teimoso. — Vocês não parecem amigos.
— Não? — indagou confuso.
— Não. Parecem família — afirmou. — Nunca foi assim comigo e Nicolas, mesmo que vivêssemos tão próximos.
— Eu soube — respondeu enciumado, deixando-o confuso.
— Vocês parecem, realmente, família.
— Só a família que pudemos escolher — concordou com um sorriso segurar a mão de Guido novamente.
Permaneceram no quarto até que Guido passasse da inconsciência para o sono, deitando-se de lado e Denis se levantou para ir imediatamente até ele e afastar o braço com a agulha para evitar que se ferisse. O amigo retraiu-se um momento, até reconhecer quem lhe fazia companhia.
— Denis... — sussurrou Guido.
Um pouco desorientado, moveu os olhos sonolentos ao redor para ver onde estava, em reconhecimento do ambiente que havia estado tantas vezes.
— Desculpe, eu... — Guido falou.
— Está tudo bem, Gui. Está apenas desidratado — explicou Denis.
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Até Onde Posso Alcançar...
RomanceAVISOS - Este livro contém gatilhos de abuso sexual, violência, álcool e distúrbios alimentares. Por favor abandone-o caso não se sinta confortável no decorrer da leitura. [ tipo: menções ] - Este livro contém trechos eróticos, que estarão sinalizad...