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Em alguns meses, na sexta-feira à noite, foram recepcionados na casa de Nicolas e Denis. Era um pouco distante agora, e antes de chegarem analisaram bem o prédio da cerimônia. Uma construção antiga que era a mais concorrida por não se tratar de uma instituição religiosa, ainda que a decoração fosse da mesma época da dominação eclesiástica.

O hotel reservado — para os noivos, o senhor Pajot, e Tarcísio e sua família — também não era contemporâneo, deixando à mostra os traços modernos que encheram os olhos de Oliver ao levar os visitantes e pegaram também suas pequenas lembranças como aqueles que realizavam o check-in e, pelas cestas nos quartos. Guido e Kelson não haviam poupado as poucas economias feitas, todas gastas para a cerimônia perfeita desde a preparação até o pós evento, mesmo que o encerramento fosse privado.

Reuniram-se uma vez mais na casa de Denis, onde Ítalo e Oliver dormiriam, para comemorarem juntos aquilo que Guido fazia questão, comemorar a data seguinte com antecedência assim como o casal fazia com cada passo dado aos seus sonhos.

— Não vão acreditar como Denis fica grogue com a nova medicação — comentou Nicolas após servir-se.

— Deveria gravar para usar de ameaça... — Oliver sugeriu.

— Eu deveria mesmo.

— Faz isso e pego a guarda das crianças — ameaçou Denis.

— Denis, os dois são seus. Um você ganhou e outro você salvou — defendeu-o Kelson. — Nicolas que adote os dele.

— Não — esclareceu Nicolas comendo mais feijão tropeiro —, ele falava dos de verdade.

Que de verdade? — Ítalo questionou.

— Estão sendo gerados — completou Denis, sendo melhor ouvir da sua boca do que de outros. — Tem três meses, acho.

— Doze semanas, e cinco dias — sorriu Nicolas —, mas quem está contando?

Ítalo se levantou um pouco chocado por saber, tentando diminuir sua ansiedade ao fazer a volta na mesa e encarar o amigo de perto, encarando-o um instante antes de conseguir falar.

— Espera, vocês vão adotar uma criança? — questionou. — Uma que está na barriga de alguém?

— As crianças — Nicolas corrigiu.

Virou-se rapidamente para ele, vendo na seriedade que não era mentira e segurou os braços de Denis para exigir mais atenção do que ele dava à comida.

— Denis — chamou —, do que infernos estão falando? — exigiu.

— Estamos grávidos! — revelou.

— Há quanto tempo... quanto tempo faz que decidiram? Como vai ser? Mais de uma? Vão adotar?

— Calma e senta! Daqui a pouco tem um infarto...

— Conta logo! — exigiu novamente.

— Há algum tempo decidimos... inseminar uma mulher saudável, indicada pela clínica, e... serão gêmeos! — declarou solene.

— Ousado ter o primeiro filho em dose dupla — observou Kelson.

— Foi o único modo de fazer Nicolas querer menos de três.

— Isso. Cada óvulo foi fecundado por um de nós — explicou —, pra não tem chance de serem feios.

— Hahahahaha, seus bobos! — Guido riu.

— É! Tendo seus genes eles serão feios de qualquer forma... — provocou Oliver.

— Por que não contaram? — Ítalo questionou.

Até Onde Posso Alcançar...Where stories live. Discover now