A campainha não parava de tocar um momento enquanto escovavam os dentes, e atendeu sabendo que Denis se deitaria o quanto antes para levantar cedo no dia seguinte. Ouvindo o ruído insistente o mais novo saiu do quarto para ver de que se tratava a urgência quando viu Oliver na porta aberta por Nicolas.
— Aí está você! — Oliver acusou.
Visivelmente alterado, com a roupa bagunçada e suja, com um cheiro de álcool e bile que se espalhou pelo ambiente, e parou para observar como Nicolas lidaria com a situação com o amigo. O mais alto barrou a passagem na porta enquanto insistente Oliver tentava avançar à força.
— Me solta, Nicolas! Falo em nome da nossa amizade! Sério! — ameaçou Oliver.
— Você está bêbado! Veio dirigindo? — Nicolas perguntou.
— Eu não estou bêbado, idiota! Ítalo está! depois de misturar quase meio litro de cerveja com os remédios, em menos de meia hora, e derramar em mim!
— Como ele está? — Denis perguntou preocupado.
— Ainda tem coragem de perguntar, seu desgraçado? O que acha? Faz mais de uma semana que ele tenta falar com você, tive que esconder o celular!
— Eu não...
— Ele está se sentindo a pior pessoa do mundo, e definhando sob medicações pesadas, por sua causa! Não custa conversar com ele direito...
— Nós conversamos tudo o que havia para ser falado, Oliver — afirmou.
— Então conversem novamente! Escute-o!
— Oliver, deve ir pra casa cuidar dele. O deixou sozinho, não é? — supôs Nicolas.
O visitante olhou dele para Denis, e novamente para Nicolas com o indicador em ameaça tal como o olhar.
— Se você não disser para o seu namorado perdoar o amigo dele, eu vou bater no namorado do meu amigo! — Oliver advertiu.
Nicolas permaneceu à porta até que os passos desaparecessem na escada, indo à janela ver Oliver bater no capô do carro e sair cantando pneus antes de voltar-se para Denis em tentativa de amenizar a situação.
— Parece que estamos namorando agora... — Nicolas forçou um sorriso.
— Não, não estamos — negou Denis.
— O Oliver... o que ele disse parece sério. Tem que falar com Ítalo.
— Tirei tudo dos trilhos...
Deitou-se para dormir, abraçando-se até que o sono viesse, ainda precisava trabalhar depois de deixar tantas coisas atrasadas com a situação. Telefonou ao chegar ao trabalho, e como não foi atendido tentou novamente no almoço, quando decidiu ligar para o outro número e ser atendido sem que a pessoa dissesse algo.
— Oliver? — Denis falou.
— É pra onde ligou, não é? — desdenhou caçoou.
Denis suspirou à voz sonolenta aquela hora da tarde, imaginando como estava sendo difícil pra ambos e com motivos do outro estar irritado com ele.
— Pensei que talvez Ítalo pudesse vir, no sábado. Como ele está? — perguntou Denis.
— Estava febril à noite.
— Pode trazê-lo, para conversarmos, se estiver melhor?
— O que vai fazer com ele dessa vez?
— Conversar. E se não não for possível, vou escutá-lo — suspirou conformado.
— Com a condição de que eu possa estar presente. Ítalo não está bem há dias, está perdendo totalmente a noção da realidade.
— Eu esperava que pudéssemos conversar em particular.
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Até Onde Posso Alcançar...
RomanceAVISOS - Este livro contém gatilhos de abuso sexual, violência, álcool e distúrbios alimentares. Por favor abandone-o caso não se sinta confortável no decorrer da leitura. [ tipo: menções ] - Este livro contém trechos eróticos, que estarão sinalizad...