~ 35 ~

60 8 0
                                    

Era domingo, a segunda noite regada com algumas bebidas uma vez que Guido interrompeu a medicação no dia anterior, e se aqueciam próximo à fogueira mais uma vez. Distraído Kelson conseguia que o namorado comesse um pouco mais do que na noite anterior, mesmo sem a medicação. Nicolas ligou o rádio.

— Deveríamos fazer isso sempre. — sugeriu Ítalo, animado. — Todo ano, ou todo semestre.

— Planejamos por tanto tempo, com Tarcísio — lembrou Guido. — Estaríamos nos traindo se não colocássemos acampamento no nosso calendário... — concordou.

— Falando em Tarcísio... — mencionou Denis.

— Tem notícias dele? — indagou com interesse.

— Na verdade... Ele apareceu no meu escritório, há umas semanas...

Como esperado viu-se encarado por Ítalo e Guido repentinamente furiosos, e viu o mais velho se levantar para ir até ele, visivelmente irritado.

— Císio? O Císio apareceu, e você não avisou, Denis Pajot? — acusou.

— Foi uma visita rápida, a trabalho! — defendeu-se Denis.

— Por que não nos ligou? — Guido questionou chateado. — A gente poderia tentar ir na hora...

— Ele estava de partida, ficou no país apenas algumas horas...

— No país? — exclamou Ítalo.

— Quem é Tarcísio? — Kelson perguntou ao namorado.

— O primeiro ex do Denis.

— Eu não diria isso — Denis contrapôs.

— Qual é, vocês ficaram 4 meses juntos, não oficialmente e suspeitos — contabilizou Ítalo. — Se for contar todos os Natais antes que desconfiassem...

— Cala a boca — protestou repentinamente tímido.

— Se não eram namorados eu não sei o que é namoro...

— Eu não contei nada porque ele já estava de partida, e depois achei que não valesse a pena já que ele havia ido...

— Aquele desgraçado... — xingou. — Vocês dois... — acusou.

— Mas como punição não passei o número de vocês, mas anotei o dele. Passo pra vocês em um instante.

Tirou o celular do bolso enviando o número para os amigos por SMS, sinalizando a mensagem de imediato nos dois celulares, e foram imediatamente anotados na agenda enquanto Ítalo voltava para junto de Oliver.

— Sorte dele que é incrivelmente ágil em raciocínio — declarou Ítalo ainda ressentido —, ou eu mesmo o matava...

— Essa sua sede violência é um aperitivo — Oliver confessou.

Mordeu o lábio ao beijá-lo, todavia Ítalo ainda estava irritado com a notícia, e Kelson ainda curioso sobre quem falavam com o braço dado ao Guido.

— ... Eles tinham uns 14 ou 15 anos, e Ítalo com uns 17 estava com a bola e eu estava no gol, mas nem deveríamos estar jogando bola dentro da escola fechada, à noite, durante as férias — comentou Guido.

— Seus delinquentes... — Oliver acusou.

— A escola estava vazia, era noite — defendeu-se. — Não íamos estragar nada, só estávamos chateados...

— Por quê? — questionou Nicolas.

— Porque queriam me animar — resumiu Ítalo. — Vai, termina de me envergonhar, Guido — instigou.

Até Onde Posso Alcançar...Where stories live. Discover now