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Mesmo sem a medicação da tarde anterior Denis se sentia cansado na manhã seguinte, depois de ter atravessado a noite entre os braços preocupados de Nicolas, atento a sua sonolência.

— Você está muito preguiçoso... — observou Nicolas.

— Tenho até domingo para dormir — declarou sem abrir os olhos.

Riu da justa argumentação do outro, voltando a deitar diante dos olhos fechados, vendo a boca tentadora um pouco mais vermelha que de hábito, beijando-o.

— Você está bem, Denis? — Nicolas questionou.

— Estou um pouco cansado, mesmo tendo dormido — estranhou. — O que tem de errado comigo dessa vez? — resmungou.

— Nada. Liguei pro médico quando achei que estava tempo demais na cama — Denis abriu os olhos, surpreso pela iniciativa de Nicolas, que levantou-se para sair da cama. —, e ele disse que, como você está esgotado e estressado, então seu organismo está exigindo algum descanso — esclareceu. — Então pare de pensar em trabalho enquanto dorme — exigiu.

— Ele disse isso mesmo? — Denis duvidou.

— Disse, sim — confirmou. — Agora me diz, de verdade, se está bem.

— Estou. Só... um pouco de dor de cabeça, de novo — lamentou.

— Há quanto tempo? — questionou não muito surpreso, com as mãos na cintura.

— Eu não sei... sério, não está forte, ela só está ali.

— Mas está! Eu vou preparar nosso almoço, e se continuar então toma o remédio, combinado?

— Você cuida bem demais de mim. Vai me deixar mal acostumado desse jeito — riu com as cócegas de um beijo inesperado no pescoço.

— Eu quero te deixar muito mal acostumado a ser paparicado por mim, sim.

— Olha, não perde outro dia de aula por minha causa, por favor — pediu. — Vai se formar no próximo mês.

— Eu não falto mais aulas, se você se esforçar e não me der motivos pra faltar. E você está febril — avisou.

— Chantagista...

Tomou uma chuveirada antes de sentar-se à mesa, com mais salada e menos massa devido a febre e querer voltar para a cama.

— Como está a cabeça? — perguntou.

— Escala três, eu acho — respondeu.

— Na escala normal ou na escala Denis, de dor? — insistiu. — É três de três, não é? Você parece bem.

— Porque eu estou bem.

— Como consegue rir assim sentindo dor? É três de cinco?

— Três de sete, ou dez. Mas estou com frio.

— Vem aqui.

Abraçou-o de frente, e imediatamente Denis se arrepiou a mudança de temperatura nos braços e nas costas, suspirando aliviado por se aquecer um pouco no pescoço longo.

— É, a sua temperatura que mudou e agora realmente está com febre — observou. — Se continuar se estressando voltará para o hospital. Pode acabar pegando uma gripe, ter caspa, e ficar careca... — Nicolas provocou antes de ser sacudido pelas risadas do namorado.

— Me amaria se eu fosse careca? — duvidou Denis.

— Te amo de todos os modos, seu bobo — declarou. — Mas prefiro amar sem que você esteja doente.

Até Onde Posso Alcançar...Onde histórias criam vida. Descubra agora