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Conseguia conduzir bem a situação, ao que a mulher julgou o apetite estranho por estar conhecendo a mãe de seu marido.

— Há quanto tempo se casaram?

— Há alguns meses — Oliver confessou.

— Hum, e sua família não deu por falta da mãe de seu noivo?

— Mãe...

— Na verdade... — pigarreou Ítalo com a voz vacilante — foi uma união estável e nossos amigos também não estavam lá.

— Entendi, como Las Vegas.

Ítalo riu à sugestão, repetindo-a antes de rir mais, com a mão escondendo a boca por estar tão negligente com a higiene bucal. Ela apoiou o cotovelo na mesa, apoiando o queixo na palma ao sorrir-lhe de olhos brilhantes, e o mais velho tossiu repentinamente intimidado.

— Se-senhora Justi... — disse ítalo como se houvesse feito algo estranho.

— Ah, não é nada — tranquilizou-o. — Agora sei porque o meu filho te amou tão repentinamente... Ele sempre disse que se casaria com quem o fizesse sentir amor desde o primeiro momento. Oliver se apaixonou pela sua risada... — afirmou.

Ficou repentinamente tímido, sentindo calor ao mudar a coloração até as orelhas diante do elogio, embora permanecesse vermelho quando ela parou de encará-lo.

— Na verdade... ele não sorria muito quando nos conhecemos — Oliver confessou.

— Ah, mas você sabia que esse sorriso existia! — acusou com o indicador.

— Sabia sim — confirmou.

Olhou para o marido, que ainda mantinha os olhos baixos.

— Bem, se estão satisfeitos tirarei a mesa.

— Ah, eu ajudo! — prontificou-se Ítalo.

— Não é necessário, realmente.

A mulher esbarrou no copo, derrubando-o no chão com barulho e Oliver imediatamente se abaixou para juntar os cacos em um dos pratos.

— Eu pego! — Oliver anunciou.

— Ah, obrigada filho.

Ítalo deixou-o, ajudando com a louça para ser levada à pia, voltando atrás da anfitriã e parando de imediato ao ouvi-la.

— Cortou a mão, filho! Venha aqui, deixe-me ver.

Forçou-o a levantar, segurando sua mão e expondo o ferimento sem ver que o fio de sangue do pequeno corte fazia Ítalo se afastar dois passos, um pouco enjoado. Oliver olhou o marido rapidamente, com toda a cor de instantes antes fugida do rosto, pálido. O cheiro de toda comida foi sufocado pelo cheiro de sangue que sua imaginação produziu. Ela arrastou o filho para pia, em seguida, colocando o corte embaixo da torneira enquanto o mais velho se sentia sufocado e afrouxava a gravata, bagunçando o colarinho ao esquecer de onde estava.

— Eu... eu posso cuidar disso — garantiu à mulher embora a intenção era que Ítalo ouvisse. — Não é nada...

— Ítalo, querido. Tem band-aid no armário do banheiro. Pode pegar por favor?

— Mãe, eu estou bem — repetiu. — Pode continuar tirando a mesa? Beterrabas e aquela outra salada, por favor?

— O quê? — estranhou. — Sim, claro...

Beijou-a antes que fosse cumprir seu singelo pedido, e se aproximou de Ítalo, lhe levantando a cabeça e bloqueando a visão da sala de jantar com a mão sadia, sorriu ao ver que seu olhar se tranquilizar por encontrar os seus.

Até Onde Posso Alcançar...Onde histórias criam vida. Descubra agora