Sonhos permitidos

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Sonhos permitidos


Capitulo 33


Sonhar...

Sonhar é um direito que todos os seres humanos possuem.

Uns sonham em conquistar riquezas,

Outros em conquistar amores...

Há àqueles que sonham em conquistar a liberdade; e conseguem realizar esse sonho...

Há àqueles que sonham voltar a serem cativos, pois sua vida de cativeiro, lhes trazia segurança!

A vida de liberto tem se mostrado deveras difícil para a grande maioria; perseguições vindas por todas as partes.

Coronéis e fazendeiros têm-se mostrado grandes carrascos, sempre perseguindo os negros, tentando manter o conforto e os lucros que a escravidão lhes garantia.

A cor negra está vivendo em guerra; sem armas para lutar!

O que lhes resta é sobreviver, sobreviver ou morrer ou morrer tentando...

Fazenda Esmeralda...

Tanto o senhor Samuel, quanto muitos outros fazendeiros, estão tentando se adaptar a nova forma de conduzirem os trabalhos de suas fazendas.

Os dias são conturbados e cheios de incertezas...

Há os negros, que agora, recebem seus miseráveis dias trabalhados ao final da tarde, ou semanalmente. Há também em suas terras os italianos...

Eles chegaram com uma nova maneira de conduzir o trabalho e custam a concordar com o que seus patrões deliberam. A língua falada se torna um grande empecilho, não há um consenso entre as deliberações, e tudo se torna em um grande impasse.

Dona Beatriz, está recuperada e se tornou uma mulher silenciosa e mãe protetora.

O novo movimento de pessoas estrangeiras por toda a fazenda, a deixa mais confortável quanto ao modo de ser e agir de seu marido, ele anda muito ocupado tentando colocar ordem na casa.

- Senhor Samuel, é praticamente impossível lidar com essa raça de italianos! Eles não obedecem, nem um mandado e ficam gritando nessa língua, que não entendo; realmente, está difícil de lidar com esse povo.

- É, pensei que a cor diferenciaria...

são todos iguais!

A única coisa que mudou, é não podermos açoita-los nem os castigar, afinal, são homens brancos, protegidos pela lei!

Capaz de se ajuntarem e nos açoitar até a morte, melhor aprendermos a lidar com essa nova raça...

- Deveras, vou levar eles para a lavoura, quem sabe, trabalhem e calem essas bocas malditas!

- Pois vá, não aguento mais ouvir esse falatório!

O capataz Castilho parte para o eito, acompanhado pelos novos empregados, os italianos...

- Beatriz, venha cá!

- Sim, meu marido.

- Vou receber essa noite vários amigos para o jantar, mande a cozinheira caprichar.

- Quantas pessoas virão?

- Umas dez!

- Está bem.

- O que há com você, Beatriz?

Não tenho gostado dessa sua maneira de me tratar...

- Não sei o porque meu marido reclama, estou fazendo meu papel de esposa submissa.

Espinhos da LiberdadeWhere stories live. Discover now