Assentamento

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Assentamento

Capitulo 49

Na capital...

Rodolfo e seu amigo Damasceno, estão incumbidos em levar à justiça muitos senhores que abusaram de seus ex escravos mesmo após a lei Aurea ser promulgada.

Para o negro, a luta continua renhida, seus senhores continuam usando de seu trabalho, prometendo salários; que não são pagos.

Usando de castigos, aproveitando de sua simplicidade...

Mas o que mais vem fazendo o negro procurar as leis dos brancos, é a concessão que juízes têm dado a alguns senhores de terras; adoção de crianças negras, após a alegação da inaptidão dos seus antigos escravos, para cuidarem dos menores.

O que mantem os pais em suas lavouras sobre o antigo regime de escravidão, pois não recebem salários e trabalham em troca de comida e de estarem próximos de seus filhos.

Aurélia e Leticia, estão tendo seu trabalho na área medica melhor reconhecido, pois sua eficiência e conhecimento têm deixado as mulheres da corte mais à vontade para explicarem seus males femininos, e com isso, os maridos também se sentem mais à vontade deixando suas mulheres aos cuidados de médicos do mesmo sexo.

Elas continuam atendendo em seu consultório os casos mais graves, dando maior atenção às crianças e aos idosos.

O amor do doutor José Jerônimo  e da baronesa de Vertilhos está cada dia maior.

Octaviana é uma deusa, uma fada.

Sua simpatia e bondade, cultivam grandes amizades, mesmo que a cor de sua pele às vezes, interfiram...

- José, meu querido. Fico aguardando ansiosa sua chegada quando vens para jantares comigo.

Não imaginei que meu coração pudesse sentir novamente o que venho sentido por você, sua beleza interior, sua bondade, sua grandeza como homem negro, sua luta pelos menos favorecidos, cativaram meu coração.

Estou amando-o com todas as batidas de meu coração. Peço que me desculpe se estou sendo despropositada, na verdade, não tenho mais idade para esconder o que sinto! E te digo que estou apaixonada, amando esse negro lindo e calado que está à minha frente.

José Jerônimo, olha dentro dos olhos de Octaviana, pega-lhe as mãos e beija.

Enlaça-a em seus braços e beija-lhe a testa, beija-lhe a bochecha e por fim beija-lhe os lábios com muito fulgor:

- Esse negro aqui, está completamente apaixonado, enamorado e amando essa linda mulher que está à minha frente.

Peço que me perdoe, sou acabrunhado quando o assunto é do coração. Eu a amei desde a primeira vez que a vi e não deixo de pensar em seu belo sorriso, seus olhos de ninfa todos os segundos do meu dia.

Te amo, não posso fugir desse amor...

Ele ajoelha no piso do alpendre e segura-lhe a mão: - Baronesa Octaviana, darias a honra de se casar comigo?

Ela abre um imenso sorriso e diz:

- Sim! Eu te dou a honra de ser meu marido.

- Não tenho aliança aqui, agora, mas prometo que irei comprar o mais rápido possível.

- Para que aliança, se tenho seu amor?!

E a felicidade invade os corações da baronesa e do seu amado negro, ébano, doutor Jose Jerônimo.

Na mata...

Após o dia amanhecer, Leôncio e Miro saem seguindo a correnteza do rio, eles sabem que hora ou outra, o rio os levará a civilização.

Espinhos da LiberdadeDonde viven las historias. Descúbrelo ahora